Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em diálogo interceptado pela PF com autorização judicial, oferece ao major Rafael Martins de Oliveira cerca de R$ 100 mil para o pagamento de um grupo tático militar, os chamados ‘kids pretos’.
Por Redação - de Brasília
O general reformado Walter Souza Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente na chapa do candidato derrotado nas últimas eleições Jair Bolsonaro (PL), tornou-se o centro dos interesses da Polícia Federal (PF) no âmbito da investigação sobre a liderança na tentativa frustrada de um golpe de Estado, no 8 de Janeiro. Investigadores da PF disseram a jornalistas, nesta terça-feira, que Braga Netto é, hoje, o personagem mais importante para elucidar como o grupo ligado a Bolsonaro organizou e fomentou os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes.
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em diálogo interceptado pela PF com autorização judicial, oferece ao major Rafael Martins de Oliveira cerca de R$ 100 mil para o pagamento de um grupo tático militar, os chamados ‘kids pretos’, integrantes da tropa de elite do Exército, que teriam atuado no quebra-quebra às sedes dos Três Poderes, no 8 de Janeiro.
Campanha
Em seu último depoimento à PF, Cid relata que foi procurou Braga Netto para conseguir o dinheiro – e o general mandou que ele fosse ao PL para pedir recursos. A informação fez com que a PF voltasse a mira para Braga Netto e o partido, onde ele mantinha uma sala e uma equipe operacional.
Uma vez indiciado e em prisão domiciliar, Cid viu sua carreira descer pelo ralo, nesta manhã, ao tomar conhecimento que o Exército Brasileiro vetou sua promoção à patente de coronel.
Formado na turma de 2000 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), Cid teve sua trajetória militar interrompida após o comando militar optar por não lhe conceder a promoção devido aos crimes pelos quais foi indiciado.