Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Bolsonaro, radicalmente contra o lockdown, apenas lamenta por mortos da covid-19

Arquivado em:
Quinta, 14 de Maio de 2020 às 13:08, por: CdB

Ao menos três zonas metropolitanas — São Luís (MA), Belém (PA) e Fortaleza (CE) — já estão em regime de lockdown. Nesta quinta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro recomendou ao Estado e à prefeitura da capital fluminense a adoção de medidas de isolamento mais restritas.

Por Redação - de Brasília
O distanciamento social radical, ou lockdown na tradução para o inglês, tem sido a forma mais eficaz para frear a propagação do novo coronavírus, segundo estudos científicos da Organização Mundial da Saúde (OMC). Mas, para o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), trata-se de “um caminho para o fracasso”, que transformará o Brasil em “um país de miseráveis”. Bolsonaro voltou a fazer um apelo aos governadores para que desistam da medida.
bolso-mascara.jpg
Atrapalhado na hora de usar a máscara higiênica, o presidente Bolsonaro mostra ter dificuldades também para aceitar os riscos da covid-19
— Essa história de lockdown, ‘vamos fechar tudo’, não é esse o caminho. Esse é o caminho do fracasso, de quebrar o Brasil. Governador, prefeito, que porventura entrou nessa onda lá atrás, faça como eu já fiz algumas vezes na minha vida, se desculpa e faça a coisa certa — disse o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada, nesta quinta-feira. Ao menos três zonas metropolitanas — São Luís (MA), Belém (PA) e Fortaleza (CE) — já estão em regime de lockdown. Nesta quinta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro recomendou ao Estado e à prefeitura da capital fluminense a adoção de medidas de isolamento mais restritas, como o lockdown, enquanto Manaus e Rio de Janeiro já apontam a possibilidade de também endurecer as medidas de distanciamento ante o avanço da Covid-19.

Decisão

Bolsonaro é crítico das medidas de isolamento desde o princípio e entrou em guerra com os governadores que determinaram as medidas de fechamento de comércio e serviços. Essa também foi sua principal divergência com o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que acabou demitido do cargo. O presidente tem tentado burlar as determinações dos governadores aumentando o número de atividades consideradas essenciais por decreto, mas as alterações — a última foi para incluir academias e salões de beleza — têm sido ignoradas pelos governadores, uma vez que o Supremo Tribunal Federal determinou que são os Estados que têm poder de decisão sobre o assunto. — O Brasil está quebrando. E depois de quebrar, não é como alguns dizem, ‘ah, a economia recupera’. Não recupera. Vamos ser fadados a viver em um país de miseráveis, como tem alguns países da África sub-saariana. Nós temos que ter coragem de enfrentar o vírus. Está morrendo gente? Está. Lamento? Lamento, lamento. Mas vai morrer muito, muito, mas muito mais se a economia continuar sendo destroçada por essas medidas. Tem que reabrir ou nós vamos morrer de fome, a fome mata. É um apelo que eu faço aos governadores, que revejam essa política. Eu estou pronto para conversar — prevê o mandatário neofascista.

Pandemia

Bolsonaro disse ainda que “vai faltar dinheiro para pagar servidores”, e que grupos que imaginam receber aumentos ainda este ano não terão condições. O presidente planeja vetar, a pedido da equipe econômica, parte do pacote de ajuda aos estados que liberava o reajuste para servidores de algumas áreas, entre elas saúde e segurança, nos próximos dois anos. Ainda assim, atendeu um pedido do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), para, antes do veto, esperar a aprovação pelo Congresso do reajuste para policiais civis, militares e bombeiros — que são pagos pela União —, o que foi feito. De acordo com dados divulgados na quarta-feira pelo Ministério da Saúde, existem no Brasil 188.974 casos confirmados de Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, com 13.149 mortes.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo