O Ministério Público do Estado chileno de Tarapacá anunciou que abrirá uma investigação para apurar o caso e emitiu uma medida de proteção às vítimas. No entanto, meios de comunicação locais noticiam que durante o fim de semana os migrantes tiveram que dormir em outras praças públicas com o que conseguiram resgatar de seus pertences.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Santiago
A Venezuela exigiu respeito aos direitos humanos de imigrantes venezuelanos no Chile após uma agressão na cidade de Iquique, norte do país. No último sábado, cerca de 3 mil chilenos organizaram uma manifestação "anti-imigrantes" para desalojar um acampamento com cerca de 16 famílias venezuelanas, queimando todos seus pertences. Antes disto, na sexta-feira, os imigrantes já haviam sido desalojados pela polícia militar chilena - os chamados Carabineros - quando acampavam na Praça Brasil, centro de Iquique. Iquique é considerada uma cidade de trânsito migratório. Segundo a Organização Internacional de Migração (OIM), apenas 18% dos imigrantes que entram no Chile pela fronteira norte permanecem na região, a grande maioria busca viajar até a capital Santiago. – Venezuela repudia a xenofobia e agressões contra imigrantes venezuelanos e exige às autoridades nacionais e locais do Chile respeito à integridade física e psicológica dos nossos compatriotas – afirmou a vice-presidenta Delcy Rodríguez no domingo. [embed]https://twitter.com/delcyrodriguezv/status/1442214616738717698?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1442214616738717698%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.brasildefato.com.br%2F2021%2F09%2F27%2Fvenezuela-pede-respeito-a-direitos-humanitarios-de-imigrantes-no-chile-apos-linchamento[/embed] O governo bolivariano também anunciou que irá habilitar um voo humanitário do Plano Vuelta a la Patria (De volta à Pátria) para os cidadãos que queiram retornar ao país. O programa criado em 2019 repatriou cerca de 25, 2 mil venezuelanos de maneira gratuita, segundo dados oficiais. O Ministério Público do Estado chileno de Tarapacá anunciou que abrirá uma investigação para apurar o caso e emitiu uma medida de proteção às vítimas. No entanto, meios de comunicação locais noticiam que durante o fim de semana os migrantes tiveram que dormir em outras praças públicas com o que conseguiram resgatar de seus pertences. O governador do Estado, José Miguel Carvajal, disse estar de "mãos atadas" pela falta de recursos e que tudo depende do Ministério do Interior. Ainda declarou que os imigrantes estão sendo atendidos por ONGs e uma rede solidária que é monitorada pelo governo. – O governo não dá respostas. Solicitamos transporte para enviar uma parte dessa população migrante a outras partes do país – disse em entrevista a meios locais. O vice-presidente chileno, Rodrigo Delgado, qualificou de repudiável a situação e que, como governo, não iriam apoiar o uso da força. No entanto não assegurou suporte imediato, afirmando que a demora para ativar programas de interiorização seria justificada pela situação irregular dos imigrantes. – Temos que criar um protocolo de transporte, temos que ver de que maneira essas pessoas podem se inserir em lugares de destino, que efetivamente tenham um alojamento, mas também devemos solucionar administrativamente para que possam se inserir em postos de trabalho. Devemos ter uma proposta esta semana – afirmou Delgado.