O comunicado veio à tona após a divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre. No período, a companhia registrou uma alta no número de corridas, o que potencializou uma receita de US$ 6,9 bilhões. A Uber, por outro lado, acumulou uma perda de US$ 5,6 bilhões relacionada a investimentos em outras empresas.
Por Redação, com Tecnoblog - de São Francisco
A Uber vai pisar no freio para conter o aumento de gastos na sua operação. Em um e-mail enviado aos funcionários, o CEO da companhia, Dara Khosrowshahi, afirmou que vai diminuir a distribuição de benefícios aos motoristas e cupons aos consumidores para cortar custos. A informação foi revelada pela CNBC na segunda-feira. O comunicado veio à tona após a divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre. No período, a companhia registrou uma alta no número de corridas, o que potencializou uma receita de US$ 6,9 bilhões. A Uber, por outro lado, acumulou uma perda de US$ 5,6 bilhões relacionada a investimentos em outras empresas.O período abriu um caminho para a companhia sair da crise causada pela pandemia. Mesmo assim, a cautela ainda é necessária. Não à toa, Khosrowshahi abriu o e-mail aos funcionários dizendo que passou "vários dias" conversando com investidores em Nova York e Boston depois que o balanço foi divulgado.
– Está claro que o mercado está passando por uma mudança sísmica e precisamos reagir de acordo – afirmou. Em seguida, o CEO compartilhou algumas reflexões sobre a situação com os colaboradores da Uber, mas fez uma ressalva: "ao ler os pensamentos, lembre-se de que, embora os investidores não administrem a empresa, eles são os donos da empresa, e nos confiaram a boa gestão".
Gastos com marketing e contratações
A carta traz sete considerações. Mas alguns pontos chamam mais a atenção do que outros, como o quinto tópico, onde o CEO afirmou que as contratações serão tratadas "como um privilégio". Dara Khosrowshahi também disse que "os gastos menos eficientes com marketing e incentivo serão retirados".
– A taxa de atratividade para nossos investimentos aumentou, e isso significa que algumas iniciativas que exigem capital substancial serão desaceleradas. Temos que garantir que nossa economia de unidade funcione antes de nos tornarmos maiores – afirmou. "Seremos ainda mais rígidos em relação aos custos em geral."
O executivo também observou que a companhia "começou a demonstrar o Poder da Plataforma". Segundo o CEO, trata-se de uma "vantagem estrutural" que diferencia a empresa e é baseada na seguinte estratégia: "atrair consumidores em Mobility ou Delivery, incentivá-los a experimentar o outro e unir tudo com um programa de associação atraente". Mas nada disso adianta se o "valor da plataforma" não for apresentado "em termos reais de dólares":
– Estamos atendendo a mercados de vários trilhões de dólares, mas o tamanho do mercado é irrelevante se não se traduzir em lucro – concluiu.
Fluxo de caixa livre
Os demais comentários estão relacionados à saúde financeira da empresa. No comunicado, o CEO lembrou que houve progresso em termos de lucratividade, estabelecendo uma meta de US$ 5 bilhões em Ebitda Ajustado em 2024. Mas as metas foram alteradas para focar no fluxo de caixa livre. "Podemos (e devemos) chegar lá rápido", complementou.
Apesar de todo o cenário, há boas notícias. Khosrowshahi disse que os investidores estão felizes com o crescimento do delivery. Mesmo assim, é importante notar que o Uber Eats teve as suas atividades encerradas no Brasil em março. A companhia, no entanto, ainda oferece entrega de supermercados aos consumidores brasileiros.