Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Turma de Bolsonaro visa gerar ‘comoção’, na tentativa de aprovar anistia

A proposta de anistia para Jair Bolsonaro enfrenta resistência após protestos, complicando sua situação. Entenda os desdobramentos e a estratégia da defesa.

Sexta, 03 de Outubro de 2025 às 18:49, por: CdB

Os protestos de 21 de setembro, no entanto, complicaram ainda mais a situação do réu. Sob a pressão das ruas, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado enterrou a proposta.

Por Redação – de Brasília

Certa de que o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) terá rejeitado, no Congresso, o projeto de anistia ampla, geral e irrestrita, sua turma ainda insiste em levar adiante a proposta. A estratégia adotada, agora, é gerar um clima de “comoção”, com as idas e vindas do ex-presidente ao hospital, na tentativa de impressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e conseguir o benefício da prisão domiciliar, em vez da prisão em regime fechado.

Turma de Bolsonaro visa gerar ‘comoção’, na tentativa de aprovar anistia | Bolsonaro já está em prisão domiciliar, na sua mansão num bairro chique de Brasília
Bolsonaro já está em prisão domiciliar, na sua mansão num bairro chique de Brasília

Os protestos de 21 de setembro, no entanto, complicaram ainda mais a situação do réu. Sob a pressão das ruas, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado enterrou a proposta, que havia passado pelo crivo de deputados e acabou ganhando o carimbo de “PEC da Bandidagem” por proteger parlamentares e presidentes de partidos.

 

Argumento

Nos bastidores, ministros do STF analisavam a conveniência da prisão domiciliar para Bolsonaro antes mesmo do resultado do julgamento, que o condenou a 27 anos e três meses de reclusão. A hipótese do cumprimento da pena em casa era discutida por magistrados tendo como referência a situação do ex-presidente Fernando Collor.

Em maio, o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a “prisão domiciliar humanitária” para Collor, condenado a 8 anos e dez meses de reclusão por envolvimento em esquema de corrupção na BR Distribuidora. Moraes aceitou o argumento da defesa de que Collor sofre de doenças graves. O precedente serve para que advogados de Bolsonaro tentem conseguir o benefício para o ex-presidente, sob a alegação de que seu estado de saúde seria delicado.

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