Rio de Janeiro, 04 de Dezembro de 2024

Tarcísio, em ato de desagravo a Lula, evita falar em golpe

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Sexta, 29 de Novembro de 2024 às 19:39, por: CdB

No ato, ministros do primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presente à cerimônia, criticaram os atos golpistas e a trama de assassinato revelada pelas investigações da Polícia Federal.

Por Redação – de Brasília

Aquela que deveria ser uma solenidade no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira, apenas para anunciar investimentos em obras de infraestrutura na capital paulista cedeu espaço para um desagravo do governo contra a tentativa de golpe de Estado e em defesa da democracia. Entre os convidados, estavam o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), ambos do campo da ultradireita e da direita, respectivamente, e apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, evita falar em golpe de Estado

No ato, ministros do primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presente à cerimônia, criticaram os atos golpistas e a trama de assassinato revelada pelas investigações da Polícia Federal.

— Não é fácil para um presidente e vice-presidente, que foram ameaçados de morte, de um golpe de Estado e tudo que assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso e respeito ao voto popular — afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em seu discurso.

 

Eleições

Desde a posse do presidente Lula, essa foi a primeira vez que Tarcísio de Freitas visitou o Palácio do Planalto. Ao todo, a Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas por uma trama golpista para impedir a posse do presidente, em 2023.

A trama golpista chegou ao conhecimento pública na terça-feira, quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encerrou o sigilo da investigação da PF. Os documentos foram enviados à Procuradoria-Geral da República (PGR), que passou a analisar as provas e decidirá se denuncia, ou não, os envolvidos no processo.

O ex-mandatário neofascista, segundo a PF, liderou o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro, com o objetivo de promover a ruptura democrática, mas não foi concretizado por “circunstâncias alheias à sua vontade”.

Segundo a PF, “os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca” que Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado democrático de Direito”.

 

Estadista

Após o discurso de Mercadante, coube ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, enfatizar o risco levado à democracia, no país.

— O senhor mostra, mais do que nunca, a figura de um estadista que não se abala um milímetro, mesmo com todas as informações e notícias que vieram à tona, daqueles que tramaram um golpe de Estado. Chegaram a tramar algo que ninguém nesse salão ou no país imaginava que poderia acontecer. Que alguém teria a coragem de tramar a captura, o sequestro, a morte de um ministro do Supremo Tribunal Federal, de um presidente da República eleito e de um vice-presidente da República eleito — sublinhou o ministro.

Aliados do principal suspeito de liderar a intentona golpista, o governador e o prefeito de São Paulo preferiram evitar qualquer menção às revelações contidas no inquérito do golpe. Em suas intervenções, apenas exaltaram as parcerias nas obras, com o apoio do BNDES e do governo petista.

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