Tacla Duran denuncia ter sido vítima de “extorsão” e “perseguição” por integrantes da ‘Operação Lava Jato’. Ele acusa o ex-juiz, ex-ministro e agora senador; além do ex-deputado Deltan Dallagnol, de montar um esquema criminoso na chamada ‘República de Curitiba’.
Por Redação - de Brasília
O advogado Rodrigo Tacla Duran, que atualmente reside na Espanha, está de malas prontas para embarcar em direção ao plenário da Comissão de Administração e Serviço Público (Casp) da Câmara, onde ocorrerá a audiência pública, no próximo dia 19, em que ele poderá, enfim, apresentar sua denúncia contra o ex-juiz parcial e incompetente, o hoje senador Sérgio Moro (UB-PR). Na véspera, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu habeas corpus para que Duran pudesse vir ao Brasil e não ser preso.
— Ninguém dorme na República de Curitiba hoje — ironizou o deputado Rogério Correia (PT-MG), autor do requerimento para a audiência pública.
Tacla Duran denuncia ter sido vítima de “extorsão” e “perseguição” por integrantes da ‘Operação Lava Jato’. Ele acusa o ex-juiz, ex-ministro e agora senador; além do ex-deputado Deltan Dallagnol, de montar um esquema criminoso na chamada ‘República de Curitiba’.
Propina
A Casp já havia aprovado o requerimento, com o objetivo de esclarecer “denúncias de extorsão no âmbito da Lava Jato”. Tacla Duran, no entanto, temia ser preso ao desembarcar no Brasil. Na outra ponta, os procuradores federais acusam o advogado de ser operador do “departamento de propina” da construtora Odebrecht. Desse modo, Moro chegou a pedir a sua prisão em 2016, sem que ele pudesse apresentar a sua defesa.
Além do habeas corpus, que impede que Tacla Duran seja preso, Toffoli também determinou que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal (PF) garantam a segurança do advogado durante sua passagem pelo país. Em março, Tacla Duran, que mora na Espanha, falou pela primeira vez à Justiça brasileira. Em depoimento ao juiz Eduardo Fernando Appio, titular da Lava Jato naquele momento, ele contou que teria recebido uma “proposta” de pagar US$ 5 milhões para obter benefícios em acordos de delação premiada, antes de ter a sua prisão decretada por Moro.
— O que estava acontecendo não era um processo normal. Era um bullying processual, onde (sic) me fizeram ser processado pelo mesmo fato em cinco países. Por uma simples questão de vingança, por eu não ter aceitado ser extorquido — resumiu Tacla Duran.