Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Supremo quer apurar cheques de Queiroz na conta da mulher do presidente

Os investigadores descobriram, nos dados financeiros da quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz, que ele depositou um total de R$ 72 mil em 21 cheques. Já Márcia Aguiar, mulher de Queiroz, repassou R$ 17 mil para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, de janeiro a junho de 2011.

Terça, 27 de Abril de 2021 às 13:07, por: CdB

Os investigadores descobriram, nos dados financeiros da quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz, que ele depositou um total de R$ 72 mil em 21 cheques. Já Márcia Aguiar, mulher de Queiroz, repassou R$ 17 mil para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, de janeiro a junho de 2011.

Por Redação - de Brasília

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o decano Marco Aurélio Mello confirmou, nesta terça-feira, o envio para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) dos R$ 89 mil depositados pelo policial militar Fabrício Queiroz e a mulher dele, Márcia Aguiar, na conta de Michelle Bolsonaro, entre 2011 e 2016.

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Primeira-dama, Michelle Bolsonaro recebeu pagamentos de mais de R$ 80 mil, sem razão aparente

Os investigadores descobriram, nos dados financeiros da quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz, que ele depositou um total de R$ 72 mil em 21 cheques. Já Márcia Aguiar repassou R$ 17 mil para Michelle Bolsonaro de janeiro a junho de 2011.

Queiroz

Um conjunto menor de cheques para a primeira-dama, no total de R$ 24 mil, fora identificado em 2018 no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Banco Central (BC). Bolsonaro, à época, se defendeu e admitiu que teria feito um empréstimo para Queiroz, embora o comprovante não conste das contas bancárias de Queiroz ou de Márcia Aguiar.

Após a quebra de sigilo de Queiroz autorizada pela Justiça, autoridades verificaram que o ex-assessor recebeu R$ 6,2 milhões em suas contas entre 2007 e 2018. Do total, R$ 1,6 milhão seriam salários recebidos como PM e como assessor na Alerj, onde era funcionário de Flávio Bolsonaro.

Outros R$ 2 milhões teriam vindo de 483 depósitos de servidores do gabinete do parlamentar, o que indicaria o esquema de rachadinha. Outros R$ 900 mil foram depositados em dinheiro, sem identificação do depositante.

Desvio

A primeira-dama também é alvo de um parecer de técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), que mostra indícios de “potencial prejuízo ao erário” na doação de R$ 7,5 milhões da Marfrig para o programa Pátria Voluntária, liderado por ela. Michelle Bolsonaro recebeu dinheiro de doação para compra de testes contra covid-19 mas o dinheiro foi usado em outros projetos

O governo do presidente Jair Bolsonaro, segundo o parecer, desviou a finalidade da verba da empresa doada especificamente para a compra de testes rápidos da covid-19 e repassou o recurso ao programa coordenado por Michelle.​

Em 23 de março de 2020, a Marfrig, um dos maiores frigoríficos de carne bovina do país, anunciou que doaria esse valor ao Ministério da Saúde para a compra de 100 mil testes rápidos do novo coronavírus.

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