Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Senado impõe vexame histórico à Câmara ao rejeitar ‘PEC da Bandidagem’

Senado derruba a PEC da Bandidagem, que previa proteção a parlamentares contra processos. Entenda as implicações e reações.

Quarta, 24 de Setembro de 2025 às 20:38, por: CdB

A proposta previa autorização prévia da Câmara ou do Senado, por meio de voto secreto, para processar criminalmente deputados e senadores.

Por Redação – de Brasília

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou, por unanimidade, nesta quarta-feira, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da ‘Blindagem’, ou da ‘Bandidagem’, como foi taxada nas manifestações que ocorreram por todo o país, no último fim de semana. Todos os 27 senadores da CCJ votaram para rejeitar completamente a PEC.

Senado impõe vexame histórico à Câmara ao rejeitar ‘PEC da Bandidagem’ | O senador Otto Alencar (PSD-BA) presidiu a análise da PEC da Bandidagem
O senador Otto Alencar (PSD-BA) presidiu a análise da PEC da Bandidagem

A proposta previa autorização prévia da Câmara ou do Senado, por meio de voto secreto, para processar criminalmente deputados e senadores. O presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), informou que o relatório aprovado, rejeitando a PEC, seria encaminhado ao Plenário da Casa para o encerramento do assunto.

— Vamos ao Plenário, com compromisso do presidente Davi Alcolumbre (União-AP), de encerrar hoje essa votação e, sem dúvida nenhuma, rejeitar essa proposta — afirmou.

 

Protestos

Aprovada por maioria de 353 votos no primeiro turno de votação no Plenário da Câmara, nenhum senador defendeu a PEC 3/2021 na comissão. Mais de 20 senadores se inscreveram para falar contra a PEC. O relator Alessandro Vieira (MDB-SE) pediu a rejeição da PEC alegando que ela abre as portas do Congresso ao crime organizado. Em seguida, o senador Jorge Seif (PL-SC), que havia apresentado voto em separado para manter a proposta com algumas alterações, retirou o relatório alternativo e votou junto com o relator.

Alessandro Vieira ainda rejeitou as emendas apresentadas pelos senadores Sérgio Moro (União-PR), Carlos Portinho (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES), que pretendiam fazer alterações na PEC, mantendo sua tramitação com modificações no texto.

Para o relator, as emendas ficaram prejudicadas uma vez que a PEC sofre de “vício insanável de desvio de finalidade”.

— O real objetivo da proposta não é o interesse público – e tampouco a proteção do exercício da atividade parlamentar –, mas sim os anseios escusos de figuras públicas que pretendem impedir ou, ao menos, retardar, investigações criminais que possam vir a prejudicá-los — concluiu.

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