Na previsão de analistas jurídicos, o início do cumprimento da sentença poderá ocorrer já na próxima semana, após a análise dos embargos de declaração apresentados pela defesa.
Por Redação – de Brasília
O ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), preso preventivamente em sua mansão no Distrito Federal, começa a perceber que uma vez transferido para o Presídio da Papuda em cumprimento da pena de 27 anos em regime fechado, a reação popular tende a ser mínima. A avaliação é de aliados do ex-presidente, segundo apurou a mídia conservadora.

Na previsão de analistas jurídicos, o início do cumprimento da sentença poderá ocorrer já na próxima semana, após a análise dos embargos de declaração apresentados pela defesa. Familiares de Bolsonaro também disseram, sob reserva, que a permanência do réu na Papuda duraria poucas semanas.
Depois desse período, a Corte tenderia a restabelecer a prisão domiciliar, considerando questões de idade e saúde. Bolsonaro tem apresentado uma série de comorbidades relativas a complicações intestinais.
Concessão
Ministros do STF, ainda segundo colunistas de diários conservadores, têm discutido alternativas para a execução da pena e, entre eles, há aqueles que propõem a permanência de Bolsonaro em casa, citando a concessão feita anteriormente ao ex-presidente Fernando Collor. O argumento central é a necessidade de acompanhamento médico constante.
Alexandre de Moraes, por sua vez, tem por objetivo que a transferência ocorra para uma cela especial, na Papuda. O espaço contaria com paredes brancas, televisão e ar-condicionado, medida destinada ao cumprimento de determinações legais de segurança.
Ainda assim, mesmo aqueles aliados mais próximos de Bolsonaro já admitem a expectativa de reações tímidas de seus apoiadores diante da possibilidade de prisão em regime fechado, seja em um presídio comum ou em casa. A justificativa é que as restrições impostas a conta-gotas ao ex-presidente acabaram reduzindo os impactos e a mobilização nas ruas.
Recursos
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O primeiro embargo da defesa do ex-presidente foi pautado para ser julgado no plenário virtual do STF de 7 a 14 deste mês. A previsão é que os recursos sejam considerados esgotados ainda nas próximas semanas, abrindo caminho para a prisão definitiva.
Compete ao ministro Alexandre de Moraes definir os detalhes da execução penal. O ex-presidente poderá permanecer em prisão domiciliar ou ser transferido para um presídio, como o complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, ou para a superintendência da Polícia Federal na capital federal.
Segundo seus aliados, o pior dos cenários seria a transferência para a Papuda. Independentemente do destino de Bolsonaro, seu entorno admite não projetar uma mobilização robusta em reação à sentença final, como aconteceu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em 2018 por ordem do então juiz Sergio Moro (UB-PR), hoje senador.
Vigília
A baixa adesão de apoiadores a manifestações pró-Bolsonaro tem ocorrido desde a prisão domiciliar. Em setembro, apoiadores se reuniram em uma vigília em frente ao condomínio do ex-presidente, na noite em que ele foi condenado a quase três décadas de prisão. Apenas cerca de 40 pessoas estiveram no local.
O maior ato, desde sua domiciliar, foi o 7 de Setembro nas capitais, em especial na avenida Paulista. Mas, desde então, foram poucas as mobilizações. Em Brasília, eles organizaram uma carreata em defesa da anistia. também com baixa adesão popular.