A jornalista registrou Boletim de Ocorrência depois de ser ameaçada pelo policial no momento em que fazia compras, na última segunda-feira.
Por Redação, com CartaCapital – de São Paulo
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo decidiu afastar o policial civil que ameaçou a jornalista Natuza Nery, da GloboNews, em um supermercado na Zona Oeste da capital paulista.
Segundo a pasta, Arcênio Scribone Júnior foi afastado das suas funções logo depois que a Corregedoria da Polícia Civil “assumiu as investigações, realizando diligências no estabelecimento em busca de imagens do ocorrido e eventuais testemunhas”.
A jornalista registrou Boletim de Ocorrência depois de ser ameaçada pelo policial no momento em que fazia compras, na última segunda-feira. As investigações preliminares apontam que o policial fez uma série de ameaças, chegando a afirmar que ela deveria ser “aniquilada”.
Investigador da corporação
O policial, que atua como investigador da corporação, negou que tivesse feito ameaças e disse que apenas criticou o trabalho de Natuza Nery.
Logo após o caso, autoridades criticaram a atitude do policial. Uma delas foi o Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias, que cobrou agilidade na investigação.
Ataque
O caso também gerou manifestação pública do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Em sua rede social, ele postou que o “ataque sofrido por Natuza Nery, em razão do simples exercício diário de seu ofício, exige pronta resposta do poder público, em especial dos órgãos de persecução penal. É de nossa manutenção na pauta civilizatória que estamos a tratar. As democracias dependem do jornalismo profissional; sem ele, não há liberdade de informação e, por conseguinte, liberdade de expressão”.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, relatou que o policial civil que agrediu e ameaçou a jornalista já havia atacado as urnas eletrônicas e defendido um golpe contra a democracia. “Ao encontrá-la num mercado ele proferiu: ‘pessoas como você merecem ser aniquiladas’. Covarde! Não faria isso se não fosse uma mulher”, ressaltou o ministro, no X.
A Transparência Internacional também se manifestou em solidariedade à jornalista, dizendo repudiar “qualquer forma de hostilidade contra o exercício do jornalismo”.