Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Policial da PM é alvo de investigação por conexão com milícia

Policial militar do RJ é alvo de investigação por ligação com milicianos e participação em assassinatos. Entenda os detalhes da operação do MPRJ.

Quinta, 23 de Outubro de 2025 às 12:23, por: CdB

Ação do Ministério Público tenta desarticular rede formada por milicianos e agentes públicos ligada a dois assassinatos.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumpriu, na manhã desta quinta-feira, um mandado de busca e apreensão contra um policial militar suspeito de envolvimento com milicianos da Zona Oeste. Segundo as investigações, o agente também teria participado de dois homicídios em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos.

Policial da PM é alvo de investigação por conexão com milícia | Material apreendido pelos agentes
Material apreendido pelos agentes

Os crimes ocorreram em 3 de maio de 2023 e resultaram na morte de Horácio Souza Carvalho e Maicon Batista Passos, executados dentro de uma lanchonete por volta de 0h05.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, Horácio era chefe de uma milícia no Morro do Jordão, Zona Norte. Ele teria vendido o controle da comunidade para um traficante conhecido como Graveto.

PM era segurança das vítimas

Ainda segundo o Gaeco, o policial inicialmente atuava como segurança particular das vítimas, mas acabou se aliando ao grupo criminoso que ordenou as execuções.

O agente trabalha no 12º BPM (Niterói) e já integrou o 25º BPM (Região dos Lagos). A 2ª Vara Criminal de Búzios expediu o mandado judicial.

A operação contou com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Foram apreendidas armas, radiotransmissores, dinheiro, munições e celulares.

A operação

Batizada de ‘Operação Segurança Ingrata’, a ação tem como objetivo desarticular uma rede criminosa formada por milicianos e agentes públicos, investigados por participação direta e indireta nas mortes em Búzios.

PM faz ações contra o tráfico

A PM participou de ações contra o tráfico em ao menos três favelas do RJ na manhã desta quinta-feira.

Em uma ação no Barbante, na Ilha do Governador, agentes apreenderam dois fuzis e balearam um homem em confronto, segundo a corporação. Ainda de acordo com a PM, drogas e dinheiro do tráfico foram apreendidos.

Policiais do Bope, a tropa de elite da PM, participam de uma operação na favela da Serrinha, território sob domínio do crime organizado em Madureira, Zona Norte do Rio. O objetivo, segundo a corporação, é combater o roubo de veículos e de cargas no entorno.

Já na favela Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, dois homens foram presos em outra ação policial. Um deles é suspeito de ser uma das lideranças do tráfico. A PM também apreendeu armas, drogas e motos.

Pastor que morreu atingido por bala perdida

O corpo do pastor Eduardo de Oliveira Santos, de 45 anos, foi sepultado na tarde de quarta-feira no Cemitério de Ricardo Albuquerque, na Zona Norte do Rio. A perda comoveu familiares, amigos e moradores da comunidade.

Bala perdida durante ação policial

Eduardo foi atingido nas costas por um tiro enquanto passava de bicicleta pela Estrada do Camboatá durante uma operação do 41° BPM (Irajá) contra traficantes no Complexo do Chapadão, na segunda-feira. Durante a incursão, criminosos chegaram a incendiar barricadas para dificultar a ação policial.

Tentativa de socorro não teve sucesso

Após ser atingido, Eduardo foi rapidamente levado pelo sobrinho à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque. Apesar da rapidez, ele não resistiu aos ferimentos. Marcus Vinícius, familiar presente no momento, descreveu a situação:
“A bala comendo, e ele baleado no chão. Deu uma trégua, a gente conseguiu pegar ele e botar dentro do carro. Não deu tempo. Chegamos aqui e foi tarde de mais.”

Comunidade pede justiça e mais segurança

A morte do pastor reacende o clamor por segurança e justiça no Chapadão. Marcus reforçou o sentimento dos moradores:
“Só quem sofre é o inocente, só quem sofre é o morador. Então, a gente pede justiça, a gente pede paz.”

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