A Energoatom, estatal que opera as centrais nucleares da Ucrânia, acusou as forças russas de planejarem o desligamento da usina de Zaporizhzhia e sua desconexão da rede ucraniana de energia.
Por Redação, com ANSA - de Moscou
Representantes da Rússia afirmaram nesta sexta-feira que é "impossível" desmilitarizar a usina de Zaporizhzhia, maior central nuclear da Europa e palco de combates no início de agosto.
A planta pertence à Ucrânia, mas está sob controle das tropas russas desde o começo da guerra, e os dois países trocam acusações sobre a responsabilidade pelos ataques no perímetro da usina.
– É impossível criar uma zona desmilitarizada na central nuclear de Zaporizhzhia porque apenas os sistemas de defesa aérea russos a protegem do desastre – disse Vladimir Rogov, membro do governo fantoche instalado por Moscou nos territórios sob seu controle na província de Zaporizhzhia.
– Desmilitarizar a central a tornaria ainda mais vulnerável – reforçou Ivan Nechayev, vice-diretor do departamento de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
As declarações são uma resposta a um apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, para Moscou e Kiev interromperem as atividades militares nos arredores da usina.
Sala de turbinas
Um vídeo publicado pela rede norte-americana CNN mostra veículos militares russos estacionados dentro de uma sala de turbinas conectada a um dos seis reatores da central. O Kremlin nega a existência de armamentos "pesados" na usina.
Já a Energoatom, estatal que opera as centrais nucleares da Ucrânia, acusou as forças russas de planejarem o desligamento da usina de Zaporizhzhia e sua desconexão da rede ucraniana de energia.
De acordo com a empresa, os invasores procuram combustível para os geradores a diesel que devem ser acionados após a interrupção para alimentar os sistemas de resfriamento dos reatores.
– Obviamente, a eletricidade de Zaporizhzhia é ucraniana. Esse princípio deve ser plenamente respeitado – cobrou Guterres durante uma visita ao porto de Odessa.