Nos últimos dias, a estatal russa Gazprom reduziu em mais de 50% o fornecimento de gás natural para países como Alemanha e Itália, que são altamente dependentes de Moscou para satisfazer sua demanda energética.
Por Redação, com ANSA - de Moscou
O governo da Rússia culpou nesta segunda-feira a Europa pelos cortes no abastecimento de gás natural nos últimos dias.
– Temos gás pronto para exportação, mas os europeus precisam restituir as turbinas consertadas do [gasoduto] Nord Stream – disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
De acordo com ele, os europeus retiraram as turbinas para manutenção e não as devolveram. "Esse é o motivo dos atrasos no fornecimento de gás à Europa", acrescentou.
Nos últimos dias, a estatal russa Gazprom reduziu em mais de 50% o fornecimento de gás natural para países como Alemanha e Itália, que são altamente dependentes de Moscou para satisfazer sua demanda energética.
– Trata-se de uma espécie de braço de ferro com Vladimir Putin, que tem o braço maior. Mas isso não significa que não se possa ter o braço mais forte – afirmou nesta segunda o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, à emissora ZDF.
Zelensky quer Itália entre garantidores de segurança
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu nesta segunda-feira à Itália por seu apoio na guerra contra a Rússia e afirmou que Roma deve estar entre as potências que dariam garantias de segurança a Kiev no caso de um cessar-fogo com Moscou.
O mandatário participou por videoconferência de um congresso do Instituto de Estudos de Política Internacional (Ispi), think tank italiano com sede em Milão, em meio à crescente polêmica no governo de Mario Draghi sobre o envio de novas remessas de armamentos à Ucrânia.
– Precisamos de garantias de segurança para o futuro e acreditamos que a Itália deve estar entre os guardiães. Agradecemos pelo apoio do governo italiano – declarou Zelensky em seu discurso.
A Itália já se ofereceu para estar entre os países que ofereceriam garantias de segurança contra eventuais agressões externas à Ucrânia após a guerra contra a Rússia, medida que seria uma espécie de compensação pela desistência de Kiev de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
No entanto, as negociações para um cessar-fogo estão travadas desde o fim de março por conta do avanço das tropas russas no leste ucraniano.
O discurso de Zelensky chega em meio às discussões no governo Draghi sobre uma resolução a respeito da guerra que deve ser votada no Parlamento nesta terça-feira.
Alas do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), maior partido da base aliada, querem que o texto obrigue a Itália a não enviar mais armas para Kiev, porém o premiê tende a se manter alinhado com a Otan, que defende a manutenção do apoio militar à Ucrânia.
– Por favor, nos apoiem – disse Zelensky ao responder ao ex-primeiro-ministro Mario Monti sobre a votação desta terça.