Os presentes ao encontro conclamaram segmentos da sociedade civil a reforçarem os atos para pedir aos tribunais superiores a libertação do ex-presidente.
Por Redação, com RBA - de Brasília
Parlamentares, acadêmicos e integrantes do PT e de outras legendas de esquerda reforçaram, durante ato político encerrado nas primeiras horas desta sexta-feira, um movimento para ampliar a mobilização pela libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de esvaziado, sem a presença do candidato derrotado à Presidência da República pela legenda, Fernando Haddad, os militantes lançaram em Brasília o livro Luiz Inácio Luta da Silva, Nós Vimos uma Prisão Impossível, de vários autores.
Os presentes ao encontro conclamaram segmentos da sociedade civil a reforçarem os atos para pedir aos tribunais superiores a libertação do ex-presidente. O Supremo Tribunal Federal (STF) tem previsão de decidir, na próxima semana, a respeito de um novo recurso apresentado pelos advogados de defesa, pedindo sua soltura.
O ex-ministro e ex-secretário geral da Presidência Gilberto Carvalho, um dos primeiros a falar – e um dos autores do livro – disse que o movimento dos militantes que continuam no acampamento em Curitiba, próximo à Superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso, está mais forte do que nunca.
Acrescentou ainda que, caso o ex-presidente passe o Natal detido, catadores que há anos o visitavam neste período do ano confirmaram que irão passar o feriado em Curitiba.
— Cada um dos que estão aqui e todos os que ampliam por esse Brasil nosso movimento confirmam que Lula está mais do que presente. O que não aceitam é saber que com tantas artimanhas para tramar sua ausência na vida política do país ele continua presente — afirmou Carvalho.
O ex-ministro apontou a tentativa de naturalização da prisão do ex-presidente.
— Jamais aceitaremos isso. Lula livre representa o nosso programa para um Brasil justo, fraterno e igualitário — acrescentou. Carvalho conclamou as pessoas a se mobilizarem para ato a se realizar na próxima semana em Brasília, ainda em organização.
Sem pacificação
Presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) destacou que, embora os dias em São Bernardo do Campo que antecederam a prisão de Lula tenham sido tristes para o país, considera que foram também dias muito bonitos.
— Lá dentro do sindicato, por várias vezes Lula nos lembrou de sua mãe, dona Lindu, que dizia para os filhos ‘teimem’. E nos contava que ele teimou e continuará teimando até o fim. Temos que seguir seu exemplo — diz ela.
O jornalista e escritor Camilo Vannuchi lembrou trechos do seu texto para o livro, no qual ressalta que Lula “travou sempre o bom combate e substituiu a imagem de um condenado cabisbaixo e solitário pela de um líder de massa carregado nos ombros, exaltado em prosa e verso”.
Campanha
— O livro que estamos lançando hoje é um grito pela liberdade de Lula. O país não ficará pacificado enquanto ele estiver preso — emendou Hoffmann.
A publicação, que tem artigos de 21 autores, foi coordenada pelos pesquisadores e acadêmicos Esther Solano, Aldo Zaiden e Camilo Vannuchi. O PT iniciou, nesta sexta-feira, um encontro no qual vai discutir sua estrutura interna e na comunicação.
O evento deverá avaliar, pela primeira vez depois das eleições, formas de oposição ao novo governo, o papel das mídias sociais na vitória de Bolsonaro, avanços observados na campanha que levou Haddad ao segundo turno e, também, falhas observadas ao longo do período.