O cenário mudou no início deste ano, no momento em que petistas ouviram de aliados de Pacheco que ele balança em relação à candidatura. Segundo esses nomes, o presidente do Senado acredita que uma campanha ao Planalto pode se tornar incompatível com suas atividades, no Congresso.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
Os dirigentes petistas decidiram fazer novas investidas pelo apoio do PSD, do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda no primeiro turno da campanha deste ano. O PT passou a enxergar uma brecha para essa aliança diante do que foi interpretado como uma hesitação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em relação a sua candidatura ao Palácio do Planalto.
Ao longo dos últimos meses, petistas guardavam ceticismo em relação a essa união. Agora, no entanto, integrantes do PT se mostram dispostos a abrir negociações que podem envolver o apoio do partido ao PSD em estados estratégicos (como Minas Gerais) e a reeleição de Pacheco na presidência do Senado —além da vaga de vice na chapa de Lula.
Por enquanto, as apostas sobre uma aliança se restringem a alguns articuladores petistas, mas mesmo integrantes do PSD dizem não descartar essa possibilidade. Nos próximos dias, Lula deve ter uma conversa sobre o quadro eleitoral com Kassab, presidente da legenda.
Pacheco
O ex-presidente busca manter um discurso de cortesia em relação aos planos do PSD. No ano passado, após dois encontros com Kassab, o petista declarou respeitar a intenção da legenda de lançar um candidato ao Planalto.
— O Kassab tem sido muito digno e muito honesto nas conversas que tem tido conosco — declarou Lula, em novembro. Ele acrescentou que esperava ter o apoio do PSD num eventual segundo turno, caso Pacheco ficasse fora dessa etapa da disputa.
O cenário mudou no início deste ano, no momento em que petistas ouviram de aliados de Pacheco que ele balança em relação ao lançamento de sua candidatura. Segundo esses nomes, o presidente do Senado acredita que uma campanha ao Planalto pode se tornar incompatível com suas atividades, no Congresso.
Ele teme ser acusado de instrumentalizar o comando do Senado para impulsionar seu nome e prejudicar o presidente Bolsonaro. Seria um preço alto para uma candidatura que, até aqui, não passa de 1% das intenções de voto. Kassab afirma que o plano de lançar Pacheco continua de pé, mas passou a dar declarações que endossam as dúvidas.
— Minha opinião é que será candidato, mas não posso falar por ele — concluiu.