Segundo o representante da legenda, Juliano Medeiros, a dobradinha com o ex-governador de São Paulo não faria sentido devido ao histórico do ex-tucano, que sempre se contrapôs aos candidatos de esquerda nas eleições das quais participou. Para o presidente do PSOL, Alckmin se contradiz ao figurar numa frente da centro-esquerda.
Por Redação - de São Paulo
Presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros disse a jornalistas, nesta quarta-feira, que considera um “erro” a possível presença de Geraldo Alckmin como vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no ano que vem. Embora critique a composição com o ex-tucano, no entanto, ele não descarta uma aliança entre os partidos em 2022, desde que a frente tenha “identidade de (centro-)esquerda”.
Segundo o representante da legenda, a dobradinha com o ex-governador de São Paulo não faria sentido devido ao histórico do ex-tucano, que sempre se contrapôs aos candidatos de esquerda nas eleições das quais participou. Para o presidente do PSOL, Alckmin se contradiz ao figurar numa frente da centro-esquerda, uma vez que, diz ele, o político não compartilha “dos mesmos valores” que o PT.
Medeiros afirmou, ainda, que o ex-governador, ao lado de nomes como João Doria e João Amoedo, não agiu em 2018 para impedir que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fosse eleito, o que também tiraria o sentido da aliança para o ano que vem. As declarações foram feitas em entrevista, nesta quarta-feira, ao site de centro-direita Poder 360.
Aliança
Embora tenham sido adversários, no passado, e com um histórico de divergências, Alckmin e o ex-presidente Lula ensaiam uma aproximação para disputarem juntos o Palácio do Planalto no ano que vem. A aliança, recebida com surpresa por apoiadores e críticos do PT, ficou mais factível após jantar com a presença de ambos os políticos no dia 19 de dezembro.
A aliança também tem sido alvo de críticas por apoiadores do mandatário neofascista Jair Bolsonaro, que usam o histórico de objeções entre o petista e o ex-tucano como munição para desqualificar a aproximação entre os aparentes opostos. Lula, no entanto, já fez sua profissão de fé ao capitalismo, embora busque uma forma menos agressiva para o sistema dominante na maior parte do Ocidente.
Sem partido no momento, o ex-governador de São Paulo aguarda a definição de qual legenda o abrigará em 2022 para selar oficialmente um acordo com Lula. Conforme o ano eleitoral se aproxima, as tratativas mais avançadas ocorrem com o PSB, lar de seu amigo e aliado Márcio França.