Alexandre Constantino Furtado é suspeito de participar da facção e de comandar esquema de lavagem de dinheiro.
Por Redação, com Agenda do Poder – de São Paulo
O vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo e presidente da Império de Casa Verde, Alexandre Constantino Furtado, foi preso na manhã desta terça-feira durante a Operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo (FICCO/SP). Ele é apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e suspeito de envolvimento em tráfico internacional de drogas e lavagem de capitais.

Prisão e apreensões
Na residência de Furtado, os policiais encontraram pilhas de dinheiro em espécie, correntes de ouro e relógios de luxo. A operação cumpriu 22 mandados de prisão preventiva e 40 de busca e apreensão em cinco estados: São Paulo, Pará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.
As ordens judiciais, expedidas pela 4ª Vara Federal de Belém, também determinaram o bloqueio de bens e valores estimados em até R$ 291,5 milhões. Na capital paulista, foram cumpridos 11 mandados, além de diligências em cidades como Guarujá, Sorocaba, Leme, Embu das Artes, Praia Grande e Caieiras.
Escola de samba sob suspeita
A Império de Casa Verde, campeã do carnaval paulistano em 2005 e 2006, já havia sido citada em investigações anteriores sobre suposta relação com o PCC. Constantino assumiu a presidência em 2012, e desde então a direção sempre negou qualquer elo com o crime organizado.
Com a prisão do dirigente, a investigação reacende os questionamentos sobre a infiltração de organizações criminosas em instituições culturais e populares.
Origem das investigações
As apurações começaram em fevereiro de 2021, após a apreensão de 458 quilos de cocaína no Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA). A droga estava escondida em uma carga de quartzo e tinha como destino final o Porto de Rotterdam, na Holanda.
A partir desse flagrante, os investigadores mapearam a estrutura de exportação do entorpecente e descobriram o funcionamento de um esquema de lavagem de dinheiro. O grupo utilizava empresas de fachada e fazia investimentos em restaurantes e outros negócios de prestação de serviços para dar aparência legal aos recursos do tráfico.
Nota da SSP
Em comunicado, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo destacou a complexidade da operação e a forma como o grupo estruturou as atividades criminosas. “Por meio das apurações, foi possível identificar os membros da organização, além da logística montada para escoar a produção de cocaína para a Europa e lavar todo o dinheiro obtido com o crime por meio de empresas fictícias e outros empreendimentos, como restaurantes”, disse a pasta.
A investigação segue em andamento para identificar todos os envolvidos e dimensionar o impacto financeiro da rede criminosa desarticulada.