Presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) tem segurado a pilha de pedidos de impedimento do presidente e, nesta manhã, repetiu que não pretende abrir um processo contra ele. Menos de três meses após assumir o cargo, já são 50 novos pedidos para o afastamento imediato de Bolsonaro.
Por Redação, com agências de notícias - de Brasília e Feira de Santana (BA)
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ofender jornalista, nesta segunda-feira, ao ser questionado sobre o apoio a um jargão usado pela milícia armada que domina vastos territórios no Estado do Rio de Janeiro. A ligação com o grupo criminoso está na base da maioria dos mais de 100 pedidos de impedimento contra o mandatário neofascista, na Câmara.
Presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL) tem segurado a pilha de pedidos para o afastamento imediato de Bolsonaro e, nesta manhã, repetiu que não pretende abrir um processo contra ele. Menos de três meses após assumir o cargo, já são 50 novos pedidos, mas para o parlamentar a grande maioria destes apenas "querem gerar fatos políticos".
— Noventa, 95% dos que eu já vi não tem absolutamente nenhuma razão de ter sido apresentado, a não ser um fato político que queira se gerar. Neste momento, nós precisamos produzir leis que facilitem a vida do cidadão, que cuide do emprego, de quem gere renda, e que dê uma perspectiva melhor para a administração pública, como a reforma tributária — afirmou o parlamentar.
Ataque
Lira disse, ainda, que a CPI da Pandemia, que será instalada nesta terça-feira pelo Senado para apurar a atuação do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento à Covid-19, será uma “perda de tempo”. Segundo ele, o “Congresso não é delegacia de polícia, mas uma Casa de leis”.
— Eu acho, é minha opinião, e ela é pública, é perda de tempo neste momento se instalar uma CPI porque o Congresso não é delegacia de polícia neste momento, é a Casa de leis — acrescentou.
Enquanto Lira o defendia de um processo que poderá lhe custar o mandato e, de acordo com a severidade do crime, até a liberdade, Bolsonaro partia contra a repórter Driele Veiga, da TV Aratu, em visita a Feira de Santana, no Sul da Bahia. Ele a chamou de “idiota” pela pergunta que lhe fez sobre uma foto divulgada pelo próprio Palácio do Planalto. Na foto, Bolsonaro aparece com um cartaz que simula um cartão de CPF com a palavra "cancelado", jargão da milícia para comemorar o assassinato de um inimigo.
O ataque do presidente da República à jornalista ocorreu durante a inauguração de um trecho de 22 km de asfalto em uma rodovia secundária. Durante a visita, Bolsonaro causou aglomeração, circulou sem máscara – o que é proibido – e andou de carro com a porta aberta – o que também é proibido.
— Você não tem o que perguntar não? Deixa de ser idiota, menina! — atacou, confiante que não será impedido de continuar no Palácio do Planalto.