Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Presidente da Câmara manda recado para ministros do Supremo

Hugo Motta, presidente da Câmara, cobra autocrítica dos Poderes para pacificação e harmonia entre instituições após decisão do STF sobre projeto de lei.

Terça, 13 de Maio de 2025 às 21:08, por: CdB

Embora Motta tenha afirmado que age pela pacificação do país, cobrou de cada Poder uma “autocrítica” para que haja harmonia entre as instituições.

Por Redação, com ACSs – de Nova York, NY-EUA

Presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) mandou um recado indireto aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, depois de a Corte ter derrubado o Projeto de Lei (PL) aprovado em Plenário, que livraria o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) do risco de ser preso, caso condenado no processo em curso, no Supremo.

Presidente da Câmara manda recado para ministros do Supremo | Hugo Motta esteve em Nova York, no encontro do grupo Lide
Hugo Motta esteve em Nova York, no encontro do grupo Lide

Embora Motta tenha afirmado que age pela pacificação do país, cobrou de cada Poder uma “autocrítica” para que haja harmonia entre as instituições.

— Nós vamos trabalhar para blindar a nossa pauta da polarização. Tenho me esforçado bastante para que implementemos essa agenda. Essa pacificação passa pela harmonia entre os Poderes, mas cada Poder tem que fazer autocrítica para colaborar com essa harmonia — disse o político paraibano.

 

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Equilíbrio

Motta pronunciou-se durante a realização do encontro promovido pelo Lide, grupo que reúne parlamentares, governadores e empresários brasileiros no elegante Harvard Club. O presidente da Câmara estava ao lado do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, quando tocou no assunto.

— Temos adotado o tom do equilíbrio, do diálogo, da serenidade. Eu penso que é isso que está faltando ao nosso país. Não podemos viver numa polarização política radicalizada que nos faz ter um gasto de energia que não nos faz construir absolutamente nada — amenizou.

Mesmo distante de Brasília, Motta propunha-se por decidir nas próximas horas como responder à decisão da Primeira Turma do Supremo, que derrubou a manobra da Câmara em favor de Ramagem e que poderia abrir brecha também para livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da pena restritiva de liberdade, uma vez condenado por liderar o golpe fracassado no 8 de Janeiro.

 

Corda bamba

O presidente da Casa, porém, busca se equilibrar em uma corda bamba entre atender aos aliados na Câmara e, simultaneamente, evitar uma batalha campal com os ministros do STF. A tendência, segundo aliados, é que ele recorra da sentença com os argumentos que tem, ainda que débeis.

O parlamentar tem sido pressionado a adotar uma posição firme diante da Corte. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos líderes da ultradireita, afirmou nesta terça-feira que ele “tem que recorrer”, caso contrário não tinha razão para ter pautado o caso.

Na votação da Câmara, foram 315 deputados a favor e 143 contra a manobra a favor de Ramagem, numa derrota para a base aliada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não conseguiu impedir o andamento da matéria. A Primeira Turma do Supremo, porém, derrubou no final de semana os efeitos do projeto, por 5 a 0.

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