Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Polícia desmantela fábrica clandestina de armas e prende militares

Operação da Desarme resulta na prisão de militares e desmantelamento de fábrica ilegal de armas no Rio de Janeiro e Paraná.

Quinta, 13 de Novembro de 2025 às 13:02, por: CdB

Ação realizada pela Desarme investiga a fabricação ilegal de armas de fogo, munições e acessórios bélicos.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

A Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) realizou, nesta quinta-feira, uma operação para investigar um esquema interestadual de fabricação artesanal e comércio clandestino de armas de fogo, munições e acessórios. As equipes atuaram no Rio de Janeiro e no Paraná, em ação conjunta com a Polícia Civil paranaense, para cumprir inicialmente mandados de busca e apreensão. Dois homens foram presos em flagrante.

Polícia desmantela fábrica clandestina de armas e prende militares | Militares são presos em operação contra fábrica ilegal de armas
Militares são presos em operação contra fábrica ilegal de armas

Agentes prenderam um militar reformado das Forças Armadas em Curitiba, capital paranaense. O nome dele não foi divulgado. Já o ex-cabo do Exército, Carlos Henrique Martins Cotrin, que já serviu no Haiti, é um dos donos de uma fábrica de armas clandestinas em Nova Iguaçu, conforme a polícia.

A apuração avançou depois que peritos analisaram dados extraídos de celulares e computadores apreendidos em uma fase anterior da operação. De acordo com as investigações, o grupo atuava na capital e municípios da Baixada como Nova Iguaçu, Japeri, Belford Roxo e Teresópolis, na Região Serrana.

– O Rio está combatendo com firmeza o crime organizado e tudo que o alimenta. Essa operação mostra que não estamos apenas prendendo traficantes, mas cortando as fontes que abastecem o poder bélico das facções. Cada arma apreendida é um passo a mais para devolver a paz às comunidades – disse o governador Cláudio Castro (PL).

Segundo os investigadores, o grupo mantinha negociações frequentes e organizadas envolvendo armas de uso permitido e restrito, além de insumos usados para recarregar e montar munições.

Estrutura artesanal e lucros altos

A investigação também revelou as relações estáveis de colaboração entre fabricantes, intermediários e os compradores. A quadrilha atuava na produção de munições de vários calibres e na venda de fuzis e metralhadoras artesanais.

As mensagens interceptadas e os registros financeiros mostram que os envolvidos lucravam entre 100% e 150% por venda. Além disso, o grupo usava transportadoras privadas para enviar as armas, com orientações explícitas sobre como disfarçar o conteúdo e ocultar a identidade do remetente.

Os policiais identificaram ainda pontos de fabricação e armazenamento onde os criminosos mantinham ferramentas, peças de reposição, insumos e equipamentos para recarga.

De acordo com a investigação, parte das armas produzidas ou compradas irregularmente era repassada a terceiros.

Pistolas apreendidas

A Desarme também apreendeu 30 pistolas que estavam sendo transportadas por uma mulher, na noite de terça-feira, para o Complexo do Alemão, reduto do Comando Vermelho na Zona Norte do Rio.

A mulher estava dentro de um ônibus com as armas escondidas em almofadas quando foi pega.

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