Procuradores retiraram da cena política um candidato testado e aprovado pela maioria e colocaram um criminoso no poder. E, mais tarde, os processos que condenaram Lula e outros se mostraram fraudulentos ou ilegais.
Por Fábio Lau - do Rio de Janeiro
Tirar poderes absolutos de procuradores se tornou uma obsessão especialmente porque cometeram excessos e não foram punidos. O passa-pano habitual, mesmo diante do escândalo envolvendo o processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros mais, leva muita gente a repensar o papel dito “fiscalizador".
Os atos esconderam fins políticos.
Retiraram da cena política um candidato testado e aprovado pela maioria e colocaram um criminoso no poder. E, mais tarde, os processos que condenaram Lula e outros se mostraram fraudulentos ou ilegais.
Deltan Dallagnol deveria ter sido exemplarmente punido pelo conjunto da obra. Sua iniciativa de usar a Operação Lava Jato para enriquecer, com palestras, ou fazer acordo sigiloso para receber recursos adiante, coisa de US 2 bi, é crime grave que, comprovado, deveria colocá-lo na cadeia.
Juiz corrupto
O MP se revela tão corporativista como qualquer outra instituição. E não são poucas que padecem desta praga nacional. E o corporativismo costuma absolver e proteger o pior deles. E é isso que fragiliza as instituições.
Hoje, o saldo confirma. Podemos dizer que a Lava Jato fez mais mal do que bem ao país. O oba-oba inicial desaguou em um juiz corrupto que mais tarde trocaria a toga pelo ministério daquele que ajudou a vencer. A mídia conservadora silenciou e muita gente ganhou dinheiro com a Ilha da Fantasia de Sérgio Moro e Dallagnol.
Apenas este resultado bastaria para definir o que foi a Operação Lava Jato - que mereceu até filme com recursos jamais esclarecidos. Ou, ainda, as denúncias ignoradas do advogado Tacla Duran: dinheiro de acordos iriam para a bolsa da mulher do juiz.
Nada apurado
E tudo com a cumplicidade do MP.
Assusta, agora, parte da esquerda se aproximar deste imbróglio pela ingênua defesa de que o MP precisa de autonomia para atuar. Especialmente se não ficar claro e definido algo indispensável: atuar a favor de quem?
Diz o estatuto do MP que ele deve ser o fiscal da sociedade.
Mas a verdade é que reconhecem como "sociedade" aqueles que vestiram verde e amarelo e promoveram o golpe em 2016.
E foi ela, aquela sociedade, que nos trouxe aqui.
Fábio Laué jornalista, editor do site de notíciasConexão Jornalismo.