O militar Mauro Cid, preso em uma unidade militar da Capital Federal, encontra-se no cerne das investigações que, agora, envolvem diretamente o ex-mandatário neofascista no esquema de venda de joias.
Por Redação – de Brasília
Dirigentes do PL reunidos neste sábado calculavam o estrago que uma possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro causaria à imagem do partido. Presidente da legenda, Valdemar Costa Neto soube que, nos e-mails do ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, obtidos pela Polícia Federal (PF) constam informações "nada edificantes" sobre a campanha eleitoral de 2022, segundo apurou a mídia conservadora.

Com base nos e-mails de Cid, a PF desvendou o esquema criminoso com base no Palácio do Planalto, durante todo o governo Bolsonaro, desde 2019. Segundo relatório dos investigadores ao qual a revista semanal de ultradireita Veja teve acesso, militares atuavam para desviar itens de luxo do acervo da Presidência com o objetivo de vendê-los no exterior. O dinheiro seria destinado aos integrantes da organização criminosa.
O militar Mauro Cid, preso em uma unidade militar da Capital Federal, encontra-se no cerne das investigações que, agora, envolvem diretamente o ex-mandatário neofascista no esquema de venda de joias, passando por falsificação em cartões de vacinação e até nos preparativos para uma tentativa de golpe de Estado após a derrota, nas urnas, para o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sigilo
Na noite passada, a PF pediu a quebra do sigilo fiscal e bancário do ex-presidente, no âmbito do inquérito sobre o suposto desvio de joias e outros artigos de luxo dados de presente por países árabes durante viagens oficiais. Na solicitação, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF também pede para coletar o depoimento de Bolsonaro, que já se encontra inelegível até 2030 por abuso de poder político nas eleições de 2022 e pode ver sua situação na Justiça se complicar ainda mais.
O pedido para quebra de sigilo fiscal e bancário chega na esteira de uma operação que cumpriu, na véspera, mandados de busca e apreensão em endereços de Mauro Cid e seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid; além de Osmar Crivelatti e Frederick Wassef, assessor e advogado do ex-presidente, respectivamente.
A suspeita da PF é de que esse grupo tenha articulado a venda no exterior de presentes recebidos por Bolsonaro em viagens. Esses artigos deveriam ter sido incorporados ao acervo do Estado e não podem ser tratados como patrimônio particular.