Dois fatores principais contribuíram para o adiamento. O primeiro está relacionado à necessidade de realizar análises mais aprofundadas que estabeleçam uma conexão clara entre a minuta golpista, elaborada por aliados de Jair Bolsonaro (PL), e a invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Por Redação – de Brasília
A Polícia Federal (PF) decidiu adiar a conclusão do inquérito que investiga a tentativa de golpe após a eleição presidencial de 2022, segundo pedido encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira. A expectativa inicial era encerrar o inquérito e indiciar os envolvidos até setembro, mas a previsão se mostrou inviável.
Fontes próximas à investigação afirmaram à mídia conservadora que o encerramento do caso deverá ocorrer apenas em meados de outubro, após o primeiro turno das eleições municipais, marcado para o dia 6 de outubro.
Dois fatores principais contribuíram para o adiamento. O primeiro está relacionado à necessidade de realizar análises mais aprofundadas que estabeleçam uma conexão clara entre a minuta golpista, elaborada por aliados de Jair Bolsonaro (PL), e a invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
A minuta era um rascunho de decreto que previa a intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para contestar o resultado das eleições de 2022, uma medida alinhada à tese de fraude defendida por Bolsonaro durante sua campanha.
Eleições
Além disso, novos depoimentos serão tomados nas próximas semanas, o que exigirá mais tempo para que o inquérito seja fechado de maneira robusta e conclusiva.
O segundo motivo do adiamento é político. Mesmo que a PF encerrasse a investigação antes do final de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já indicou, nos bastidores, que não vai denunciar Bolsonaro ou seus aliados antes das eleições municipais.
A PGR quer evitar que o Ministério Público seja acusado de agir com motivações políticas durante o período eleitoral.