De acordo com a CGU, a investigação que teve início em no ano passado, após uma denúncia, identificou fraudes em extratos bancários apresentados pela Funpea.
Por Redação, com ABr - de Brasília
Uma organização criminosa responsável por desviar dinheiro público para desenvolvimento de pesquisas é alvo na manhã desta quarta-feira da Operação Saldo Zero, deflagrada pela Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Federal (PF) no Pará. Os recursos eram transferidos pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) para a Fundação de Apoio à Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias (Funpea). De acordo com a CGU, a investigação que teve início em no ano passado, após uma denúncia, identificou fraudes em extratos bancários apresentados pela Funpea. Na auditoria realizada, verificou-se que dos R$ 23 milhões repassados à fundação, entre 2014 e 2018, nenhum dos 16 projetos examinados foi concluído, sendo que a maioria sequer foi iniciado. “Além disso, não existe perspectiva de conclusão dos projetos em virtude da situação de insolvência da Funpea”. O grupo criminoso é formado por servidores ativos da universidade, eleitos para cargos de direção da Funpea; sócios de empresas fornecedoras de bens e serviços; e funcionários da Funpea. Apurou-se ainda que os recursos eram desviados principalmente pela contratação de empresas ligadas a funcionários da Funpea por meio de licitações direcionadas. Segundo a CGU, somente uma empresa de fachada recebeu pagamentos de mais de R$ 12 milhões para prestação de serviços de assessoria, porém não comprovados. A empresa é ligada a ex-empregados da fundação. Policiais federais estão cumprindo sete mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão em endereços em Belém e Ananindeua, no Pará. O nome da operação, Saldo Zero, é uma referência ao volume de dinheiro encontrado nas contas-correntes dos projetos, “cujos recursos foram integralmente desviados pela organização criminosa”.