Nesta etapa, foram denunciados os ex-diretores de engenharia Mário Rodrigues Júnior e, pela quinta vez na Lava Jato paulista, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. Trata-se do operador financeiro das campanhas tucanas de Serra e Alckmin, que cumpre prisão domiciliar desde o início do ano.
Por Redação - de São Paulo
A força-tarefa da OperaçãoLava Jato paulista ampliou, nesta terça-feira, as denúncias contra ex-diretores da estatal paulista de rodovias (Dersa) sob acusação de lavagem de dinheiro de propina. Os valores, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram pagos para favorecer empreiteiras em obras tocadas nas gestões dos ex-governadores tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.
Nesta etapa, foram denunciados os ex-diretores de engenharia Mário Rodrigues Júnior e, pela quinta vez na Lava Jato paulista, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. Trata-se do operador financeiro das campanhas tucanas de Serra e Alckmin, que cumpre prisão domiciliar desde o início do ano.
Propina
A acusação do MPF indica suspeita de ocultação de recursos ilícitos pagos pela Galvão Engenharia para fazer parte do cartel de construtoras que atuou em obras como o Rodoanel Sul e o Sistema Viário Metropolitano de São Paulo. Os valores foram enviados para contas na Suíça e são estimados em US$ 10,8 milhões —mais de R$ 60 milhões, no câmbio desta terça.
Mário Rodrigues Júnior e Paulo Preto, diz a Procuradoria, receberam dinheiro no exterior por meio de empresas registradas em paraísos fiscais. O recebimento da propina teria acontecido entre 2005 e 2009 e os valores foram mantidos fora do Brasil até 2017.
De acordo com o MPF, Cristiano, Mário Rodrigues e Paulo Vieira tinham contas no banco Bordier & Cie, abertas em nome de empresas geridas pela mesma pessoa jurídica. Também foi denunciada a então mulher de Mário Rodrigues, Andrea Bucciarelli Pedrazzoli, sob acusação de receber parte dos valores transferidos a ele.
Processo
A investigação usa como base delações premiadas de ex-executivos da Galvão Engenharia e da Odebrecht, e também analisou documentos bancários enviados pela Suíça que apontam as movimentações financeiras descritas pelos procuradores.
Procurado pela reportagem do Correio do Brasil, o advogado de Paulo Preto, Alessandro Silvério, recusou-se a comentar o processo e adiantou que somente se manifestará nos autos.
A nova denúncia é movida por quatro membros da força-tarefa da Lava Jato paulista, que pediram desligamento e a partir desta quarta-feira e já não atuam mais na operação. A procuradora Viviane Martinez, que passa a ficar à frente das investigações, no entanto, também assinou as novas denúncias.