Permanência de Aécio no PSDB apressa o esvaziamento do ninho tucano
Enfraquecido após a derrota na última eleição presidencial, o PSDB segue em direção ao vazio. A desidratação da legenda, que se inicia após a decisão de manter, no mesmo ninho, os deputados Aécio Neves (MG) e Alexandre Frota (SP).
O nível interno de desassossego mede-se nas declarações do presidente do diretório municipal de São Paulo do PSDB, Fernando Alfredo, à mídia paulistana.
Por Redação - de São Paulo
Enfraquecido após a derrota na última eleição presidencial, o PSDB segue em direção ao vazio. A desidratação da legenda, que se inicia após a decisão de manter, no mesmo ninho, os deputados Aécio Neves (MG) e Alexandre Frota (SP). O primeiro escapou da expulsão. E o segundo, expulso do PSL, pousou entre os tucanos disposto a acompanhar o governador paulista, João Doria, na tentativa de suceder o ex-amigo, hoje desafeto, Jair Bolsonaro.
Na quarta-feira, a Executiva Nacional do PSDB decidiu arquivar dois pedidos de expulsão do partido do deputado mineiro
O nível interno de desassossego mede-se nas declarações do presidente do diretório municipal de São Paulo do PSDB, Fernando Alfredo, à mídia paulistana. Ele disse ao diário conservador Folha de S. Paulo, nesta quinta-feira, que a decisão de rejeitar a expulsão de Aécio Neves é o mesmo que “passaram a mão na cabeça de criminoso”.
— O Aécio f… com a gente quando começaram a cair sobre ele as acusações e ele não se afastou, não se licenciou, e ficou ali no partido alimentando essa questão. Não tenho dúvidas de que ele vai ser preso. As acusações contra ele são contundentes. Ele foi pego em gravação (ao pedir R$ 2 milhões a Joesley Batista). Está nesse monte de rolo e eles acham que é santo — desabafa Alfredo.
Processo
Na noite passada, a Executiva Nacional do PSDB decidiu arquivar dois pedidos de expulsão do partido do deputado mineiro. Um dos pedidos foi apresentado pelo diretório do PSDB na cidade de São Paulo. O outro, pelo diretório do partido no Estado de São Paulo.
Aécio continua a negar todas as acusações. O advogado dele, Alberto Zacharias Toron, sustenta que o deputado seria vítima da “ação criminosa de Joesley Batista”. Neves responde a uma ação apresentada pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Em abril de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu a denúncia e o tornou réu.
Na época em que a denúncia foi aceita Aécio era senador, por isso o processo foi analisado pelo Supremo. Como ele foi eleito deputado federal no ano passado, o processo foi enviado à primeira instância, já que apura fatos que não têm relação com seu atual mandato.