Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Pacheco esfria os ânimos da Câmara sobre reforma eleitoral

Pacheco disse, ainda, que as constantes mudanças na lei eleitoral, feitas tanto pelo Congresso, quanto pela Justiça Eleitoral, causam “instabilidade” e que são necessárias mudanças perenes.

Quinta, 14 de Setembro de 2023 às 19:21, por: CdB

Pacheco disse, ainda, que as constantes mudanças na lei eleitoral, feitas tanto pelo Congresso, quanto pela Justiça Eleitoral, causam “instabilidade” e que são necessárias mudanças perenes.


Por Redação - de Brasília

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse nesta quinta-feira que não há pressa para debater a minirreforma eleitoral, concluída nesta tarde em rápida votação na Câmara. Pacheco afirmou ainda que a proposta será apensada ao projeto de novo Código Eleitoral que está em debate na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

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Presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) jogou água na fervura da minirreforma eleitoral da Câmara


— Assim que essa matéria chegar, vou despachar para a CCJ para que seja apensada ao Código Eleitoral. Temos que avaliar se é possível fazer isso em duas semanas. Não dá pra mudar uma legislação à pressa. Eu considero necessário entregarmos um PL amadurecido, se for possível para as eleições de 2024, bem, se não for, paciência — afirmou o presidente do Senado.

Pacheco disse, ainda, que as constantes mudanças na lei eleitoral, feitas tanto pelo Congresso, quanto pela Justiça Eleitoral, causam “instabilidade” e que são necessárias mudanças perenes.

As mudanças no Código Eleitoral foram aprovadas pela Câmara no fim de 2021 e até hoje não foram analisadas pelo Senado.

 

Relatório


Na véspera, o Plenário da Câmara aprovou o texto-base da minirreforma, que altera regras de prestação de contas, candidaturas femininas, federações partidárias e propaganda eleitoral, entre outros pontos. Foram 367 votos favoráveis e 86 contrários. Os destaques que podem mudar trechos da proposta foram votados nesta quinta-feira.

A legalização das candidaturas coletivas para deputados e vereadores; e o transporte público gratuito obrigatório no dia das eleições são as principais inovações do texto. As novas regras precisam virar lei até o dia 6 de outubro para valer nas eleições municipais do ano que vem.

O relator da proposta, deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), afirmou que o objetivo é aprimorar o sistema atual com simplificação e ajustes de pontos que hoje são questionados na Justiça.

— É indispensável que nós racionalizemos o processo de prestação de contas. E estamos simplificando as regras da propaganda eleitoral para prestigiar o próprio candidato — disse.

 

Distribuição


O principal ponto de discussão em Plenário foi a alteração da regra das sobras nas eleições de deputados e vereadores. O texto altera o cálculo das vagas que não são preenchidas a partir da relação entre os votos dos partidos e o número de cadeiras (quociente eleitoral e quociente partidário).

Agora, uma vez aprovada a matéria, a distribuição das sobras será feita, inicialmente, apenas entre os partidos que atingiram o quociente eleitoral, o que privilegia os mais votados. Hoje, legendas com 80% do quociente podem eleger candidatos pelas sobras. A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) tentou rediscutir o ponto na análise dos destaques.

— Estamos lidando aqui com uma priorização absurda de partidos que já são grandes. Em São Paulo – onde são necessários 300 mil votos para ocupar uma cadeira – se eu tiver alcançado 290 mil votos não concorrerei à sobra, enquanto outro candidato, que só tenha conseguido 2 mil votos, ganhará a cadeira. Isso vai causar uma situação de enorme injustiça — reclamou.

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