Rio de Janeiro, 15 de Julho de 2025

Oposição, na Câmara, reúne apoio à ‘CPI das Fraudes do INSS’

A oposição na Câmara conseguiu 171 assinaturas para a CPI das Fraudes do INSS, investigando esquema de cobranças irregulares que afeta aposentados e pensionistas.

Quarta, 30 de Abril de 2025 às 18:08, por: CdB

A ‘CPI das Fraudes do INSS’, proposta do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), trata-se de uma reação após a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem a operação que identificou o esquema de cobranças irregulares.

Por Redação – de Brasília

A oposição na Câmara reuniu, até a manhã desta quarta-feira, o número mínimo de 171 assinaturas, suficientes para protocolar o requerimento de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apure o esquema fraudulento de deduções indevidas em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Oposição, na Câmara, reúne apoio à ‘CPI das Fraudes do INSS’ | A maioria dos parlamentares, na Câmara, integra as forças da direita
A maioria dos parlamentares, na Câmara, integra as forças da direita

A ‘CPI das Fraudes do INSS’, proposta do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), trata-se de uma reação após a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem a operação que identificou o esquema de cobranças irregulares que soma R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo as investigações.

Até agora, 11 instituições associativas foram alvo de medidas judiciais. Em troca dos descontos mensais, elas oferecem serviços dos mais diversos tipos, como assistência funerária, consultas médicas e até “maridos de aluguel” (consertos domésticos).

 

Bolsonaro

Segundo apurou o jornalista Marcelo Auler, vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS teve início ainda no governo Jair Bolsonaro (PL). Auler ressalta, no entanto, que a operação conduzida pela PF e a CGU não tem motivação política alguma, contra a atual gestão federal, mas responde a um problema estrutural que se arrasta desde 2019.

— O governo está dando uma dentro. Este escândalo do INSS precisa ser apurado, e não é um golpe contra o governo. Não foi dinheiro do governo que foi roubado dessa vez, foi dinheiro do aposentado — ressalta Auler.

Auler relata, ainda, que uma pesquisa da CGU ouviu 1.224 beneficiários e constatou que “97,6% deles informaram não autorizar os descontos”. Ainda conforme o jornalista, “1.221 disseram: ‘Eu não sou de associação nenhuma e estou sendo descontado”.

 

Descontos

Diante das denúncias, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão. Outros seis servidores públicos foram afastados de suas funções, como o diretor de Benefícios de Relacionamento com cidadão, o procurador-geral junto ao INSS, o coordenador geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente e o coordenador geral de Pagamentos e Benefícios.

Em audiência realizada na Câmara, na véspera, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, defendeu-se e afirmou que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

A decisão de instaurar ou não a CPI caberá ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Até o momento, nenhuma comissão investigativa foi aberta desde que o novo dirigente da Casa assumiu a função, em fevereiro deste ano.

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