As manifestações ocorreram após os episódios de violência registrados na última terça-feira, durante a ocupação da mesa da Câmara pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
Por Redação – do Rio de Janeiro
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) agiu, rapidamente, contra a violência imposta aos jornalistas, forçados a deixar do Plenário da Câmara. O presidente da ABI, Octávio Costa, criticou duramente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o denunciou às autoridades.

As manifestações ocorreram após os episódios de violência registrados na última terça-feira, durante a ocupação da mesa da Câmara pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado, nesta quinta-feira, Costa afirmou que Motta demonstrou desconhecer o papel essencial da imprensa em uma sociedade democrática.
— O trabalho de relato dos fatos, de relato da verdade, de compromisso com a verdade que o jornalista tem, compromisso com a ética, incomoda muita gente. E pelo visto incomoda muito o presidente da Câmara. Então, o senhor Hugo Motta infelizmente ele não sabe o que é jornalismo, ele não sabe a importância do jornalismo para a democracia — afirmou Costa.
Violência
Os atos de violência contra os repórteres se intensificaram na terça-feira, quando Glauber Braga ocupou a mesa diretora da Câmara em protesto contra o processo que poderia resultar na cassação de seu mandato. Após a resistência do parlamentar em deixar o local, policiais legislativos iniciaram a evacuação do plenário e, segundo relatos, passaram a impedir os profissionais da imprensa de registrar os acontecimentos.
A TV Câmara também teve interrompida a transmissão ao vivo, enquanto jornalistas aguardavam explicações e tentavam acompanhar a retirada do deputado. Nesse período, profissionais de imprensa relataram agressões cometidas por agentes da Polícia Legislativa. Glauber Braga acabou removido à força do local.
Diante da gravidade dos fatos, a ABI anunciou que; além de encaminhar uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR), por crime de responsabilidade, envolvendo violações ao direito à liberdade de imprensa no interior da Câmara dos Deputados, encaminhará o caso à Relatoria Especial de Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. A ABI estuda, ainda, uma representação no Conselho de Ética da Câmara, acusando Hugo Motta de quebra de decoro e infração disciplinar.
Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também repudiou o que classificou como “grave censura à imprensa” e condenou as agressões.