Polícia Civil mira grupo que produzia identidades militares, CRs e Crafs adulterados para burlar controles e adquirir armamentos.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta quinta-feira, a Operação Craf Falso, voltada a interromper um esquema estruturado de falsificação de documentos utilizado por compradores de armas para simular autorizações legais. A ação foi desencadeada pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) e mobilizou equipes em diferentes pontos da capital e da Baixada Fluminense.

Segundo a corporação, o grupo falsificava Certificados de Registro (CR), Certificados de Registro de Arma de Fogo (Craf) e até identidades militares, documentos que permitiram aos envolvidos enganar lojistas e estabelecimentos autorizados a comercializar armamentos. Até o momento, duas armas foram apreendidas e um homem acabou detido em flagrante por porte ilegal.
Mandados em três regiões do Estado
Agentes cumprem mandados de busca e apreensão na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio; no Jardim América, na Zona Norte; e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A ação busca recolher documentos, computadores, mídias e registros que ajudem a identificar quem produzia os documentos adulterados e quem se beneficiava das falsificações para adquirir armas de maneira irregular.
Os investigadores afirmam que o material apreendido será fundamental para mapear a extensão da fraude, que pode envolver dezenas de compradores e fornecedores de documentos falsos.
Falsificações sofisticadas e esquema recorrente
A Polícia Civil apurou que o grupo atuava com alto nível de organização. Os documentos falsificados eram produzidos para parecerem legítimos em verificações superficiais, permitindo que os compradores burlassem sistemas de controle e fiscalização.
Segundo as equipes da Desarme, tratava-se de um modelo recorrente: os investigados repetiam o formato dos documentos oficiais e empregavam técnicas que dificultavam a detecção da fraude, aumentando as chances de obter armamentos sem cumprir qualquer exigência legal.
Objetivo é rastrear beneficiários e produtores
A operação tem como uma das metas principais identificar tanto os responsáveis pela emissão dos documentos falsos quanto os compradores que utilizaram o esquema para driblar a legislação. As autoridades esperam rastrear a origem dos materiais falsificados e determinar se há ligação com outros grupos criminosos envolvidos no comércio ilegal de armas.
O inquérito também vai analisar se os armamentos adquiridos com os documentos fraudulentos foram utilizados em práticas criminosas.