Nesta manhã, os parlamentares divulgaram um vídeo nas redes sociais em que afirmam ter feito uma inspeção “técnica” para avaliar as condições gerais do complexo, sem acesso às celas onde Bolsonaro poderia ser alocado.
Por Redação – de Brasília
A pedido da mulher do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil junto a fontes independentes, uma comitiva de quatro senadores aliados realizou, na véspera, uma visita ao Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Michelle Bolsonaro teme pela integridade física do marido, diante da possibilidade de sua prisão na unidade.

Nesta manhã, os parlamentares divulgaram um vídeo nas redes sociais em que afirmam ter feito uma inspeção “técnica” para avaliar as condições gerais do complexo, sem acesso às celas onde Bolsonaro poderia ser alocado. O Supremo Tribunal Federal (STF), por sua vez, publicou nesta terça o acórdão, documento que oficializa o resultado do julgamento em que os recursos do ex-presidente foram rejeitados, mantendo a condenação a 27 anos de 3 meses de prisão.
No vídeo, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, afirma que a principal preocupação da comitiva é o estado de saúde do ex-presidente. Segundo ela, seria necessário avaliar “em quanto tempo” um preso poderia receber atendimento médico em caso de emergência.
Diligência
Segundo Damares Alves, Bolsonaro tem um “problema gravíssimo” de saúde que exigiria resposta em até 20 minutos. Os senadores também afirmam ter visitado a ala destinada a idosos privados de liberdade e relataram ter encontrado detentos doentes, dificuldades na alimentação e situações consideradas “muito tristes”.
A comitiva disse que pretende elaborar um relatório com as observações feitas durante a diligência. Parlamentares criticaram a falta de autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que a CDH visitasse as celas onde Bolsonaro eventualmente ficaria custodiado.
Os parlamentares mencionaram, ainda, que um pedido semelhante para vistoriar detentos do 8 de Janeiro também não foi atendido neste ano, o que classificaram como “má vontade”.
Ao longo do vídeo, os senadores voltam a defender o ex-presidente, dizendo que Bolsonaro “não cometeu crime” e que estaria sendo alvo de “perseguição política”. Também afirmam que, por ser militar da reserva, ele não deveria ser enviado à Papuda e que seria mais adequado mantê-lo em regime domiciliar, caso venha a ser preso.
Embargos
O relatório da visita seria finalizado ainda nesta terça-feira. O STF ainda não definiu oficialmente onde Bolsonaro cumprirá a pena à qual foi condenado, mas a possibilidade disso ocorrer na Papuda é considerável. E não deverá demorar muito tempo mais.
Após a rejeição dos embargos de declaração pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira, a defesa de Bolsonaro já faz as contas sobre quando ele deve ser preso e começar a cumprir a pena.
No entorno do ex-presidente, a expectativa é que Moraes rejeite os novos recursos e determine a execução imediata da pena já na semana que vem, entre quarta e quinta-feira da semana que vem. No governo do Distrito Federal, a previsão é a de que isso ocorra entre a última semana de novembro e o início de dezembro.