Mortes suspeitas de adversários do presidente levantam dúvidas

Verão passado, jamais esquecer da declaração de  Bolsonaro dando uma gargalhada de Ano Novo: “Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio X".

Por Redação, com Alfredo Herkenhoff - do Rio de Janeiro

O ministro Teori Zavaski; o ex-governador Eduardo Campos; o policial Lucas Arcanjo; o empresário Enrico Mattei; o jornalista Ricardo Boechat e o advogado Gustavo Bebianno, pelo petróleo, o golpismo mata politicamente. A morte ocorre por tiros ou acidentes, muitas mortes para as quais não há provas, mas que geraram um oceano de convicções.

O jornalista Boechat, o advogado Bebbiano e o empresário Paulo Marinho formavam uma trinca de super amigos. Muita gente acha que o empresário playboy corre o risco de recompor a tríplice amizade noutras dimensões. O caso mais espetacular de suspeição e traição é o do capitão Adriano abatido num tiroteio na Bahia com fuga espetacular de seus 13 celulares,  um fracasso sem precedentes da perícia criminal.

Precisa desenhar?

A viúva de Bebianno revelou que o celular dele também fugiu. Mas há quem creia que o aparelho esteja escondido em NY e que só Marinho sabe onde. Verão passado, jamais esquecer da declaração de  Bolsonaro dando uma gargalhada de Ano Novo: “Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio X".  Isso é apologia da tortura, é crime. E tortura é crime imprescritível segundo os tratados internacionais dos quais o Brasil é país signatário.  A Lei da Anistia é inconstitucional.  A Lei da Ficha Limpa, que o PT também votou a favor, também é inconstitucional. A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi crime constitucional cometido pelo ex-juiz Sérgio Moro com anuência do Supremo Tribunal Federal (STF) por 6 a 5. A venda das subsidiárias da Petrobras é crime constitucional que contou com o apoio do STF, supervisionado pelos banqueiros.

‘Centrão’

O reconhecimento do TSE, de que houve campanha eleitoral maciça de disparos ilegais de fake news é um atestado de que, ao não cassar a chapa de Bolsonaro e Mourão, cassou o Brasil enquanto nação democrática, cassou a dignidade do próprio tribunal. Alexandre de Moraes, que será o próximo presidente do TSE, declarou na véspera, sobre disparos maciços de notícias falsas em campanha eleitoral, que "se repetirem o que fizeram em 2018, a chapa será cassada”. O recado de ‘Xandão’ não é para o Veio da Havan e outros empresários bolsonaristas, mas um aviso aos navegantes: Quem apoiar a reeleição de Bolsonaro deve botar as barbas de molho, ou seja, os tribunais superiores já fecharam com a Terceira Via de André Esteves.

Migalhas

A Tucaneia Desvairada ficou animada com o vazamento do áudio do banqueiro André Esteves explicando que é ele e outros poucos bilionários que controlam de fato o golpe e dão lições de anatomia geopolítica a ministros do Supremo, jornalistas famosos na mídia corporativa, chefes do ‘Centrão’ e prepostos no Banco Central (BC) e no Ministério da Economia. Militares na Esplanada da Mamata são meros parceiros oportunistas ou concorrentes das milícias do obscurantismo no mercado comum  das migalhas desumanas do golpe de Estado. Alfredo Herkenhoff é jornalista e escritor.