Rabelo ajudou a fundar o PDT ao lado de Leonel Brizola, em 1979. Ele também foi um dos organizadores do ‘Encontro de Lisboa’, que ocorreu no mesmo ano e reuniu trabalhistas brasileiros exilados na capital portuguesa devido à ditadura. Naquela ocasião, o mineiro foi um dos redatores da Carta de Lisboa.
Por Redação - de Belo Horizonte
Morreu na manhã quarta-feira o escritor e jornalista mineiro José Maria Rabelo, um dos fundadores do PDT, aos 93 anos. A causa do óbito foi falência múltipla dos órgãos, como informou o Sindicado dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Seu corpo foi velado na Casa do Jornalista, em Belo Horizonte.
Rabelo ajudou a fundar o PDT ao lado de Leonel Brizola, em 1979. Ele também foi um dos organizadores do ‘Encontro de Lisboa’, que ocorreu no mesmo ano e reuniu trabalhistas brasileiros exilados na capital portuguesa devido à ditadura. Naquela ocasião, o mineiro foi um dos redatores da Carta de Lisboa, documento que deu fundamento à criação do partido.
Uma perda
Rabelo presidiu o PDT mineiro por 18 anos. Ele também fundou o jornal semanário O Binômio, que circulou entre 1952 e 1964. O periódico, criado para satirizar a gestão do então governador de Minas, Juscelino Kubitscheck, é considerado um dos precursores da imprensa alternativa no Brasil e foi fechado durante a ditadura. O jornalista sofreu perseguição política por sua atividade profissional e teve de se exilar na Bolívia, no Chile e na França após o golpe militar.
Pré-candidatos à Presidência da República em 2022 lamentaram a morte do jornalista pelas redes sociais. Líder do PDT, o ex-ministro Ciro Gomes classificou o falecimento de Rabelo é uma perda para o "jornalismo independente" e para o "trabalhismo" no Brasil, e destacou seu papel na fundação da legenda ao lado de Brizola. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o escritor "sempre lutou pela democracia" e que nunca desistiu do país, "nem nos momentos mais difíceis”.
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