Rio de Janeiro, 12 de Dezembro de 2024

Mauro Cid teria voltado a implicar o general Braga Netto no golpe

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Sexta, 06 de Dezembro de 2024 às 20:15, por: CdB

Embora o inquérito em curso permaneça sob segredo de Justiça, a rede norte-americana de TV CNN Brasil alega ter tido acesso ao depoimento, que reforçaria elementos previamente apresentados por Cid ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada.

Por Redação – de Brasília

Ex-ajudante de ordens do então mandatário neofascista, Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid teria confirmado, em depoimento à Polícia Federal (PF) na véspera, que o general Walter Braga Netto teve “participação decisiva” no golpe de Estado fracassado em 8 de Janeiro. O militar teria dito ainda, aos federais, que o ex-candidato a vice na chapa do PL, derrotada nas eleições presidenciais de 2022, sabia do planejamento para o assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e de seu vice, Geraldo Alckmin. 

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General Walter Braga Netto, em foto de 2018, quando foi nomeado interventor na segurança pública do Rio de Janeiro

Embora o inquérito em curso permaneça sob segredo de Justiça, a rede norte-americana de TV CNN Brasil alega ter tido acesso ao depoimento, que reforçaria elementos previamente apresentados por Cid ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada. Ainda segundo a CNN, Cid foi questionado pela PF sobre o plano ‘Punhal Verde e Amarelo’ que, segundo os investigadores, detalhava os planos para o assassinato também do ministro Alexandre de Moraes.

 

Delação

O depoimento da noite passada, segundo a reportagem, é o primeiro em que o Mauro Cid detalha, em pormenores, o plano criminoso diretamente às autoridades policiais, revelando novos desdobramentos da articulação golpista.

Mauro Cid assinou um acordo de colaboração premiada em setembro de 2023, quando se tornou peça-chave nas investigações sobre o governo Bolsonaro, incluindo denúncias de fraude em cartões de vacinação contra a covid-19, venda de joias sauditas e a tentativa de golpe de Estado. Apesar de enfrentar risco de perder os benefícios do acordo por contradições anteriores, Cid conseguiu mantê-lo ao apresentar detalhes inéditos sobre a atuação de Braga Netto.

Em seu depoimento anterior ao STF, o tenente-coronel disse desconhecer pessoalmente os planos para assassinar Lula, Alckmin e Moraes. Mas agora, após a nova confissão de Cid, novos elementos reforçam a suspeita de que setores do governo Bolsonaro tramaram o golpe de Estado e previram a execução de crimes contra a vida.

 

Cadeia

Para o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), em mensagem publicada em suas redes sociais, a gravidade das novas denúncias feitas por Mauro Cid reforça a necessidade de apurações rigorosas sobre a participação de figuras-chave do governo Bolsonaro em atos contra a democracia; além da prisão imediata dos principais suspeitos.

“GRAVÍSSIMO: Em novo depoimento, Mauro Cid diz que Braga Netto entregou dinheiro numa embalagem de vinho para financiar o golpe, os ‘Kids Pretos’. Braga Netto PAGOU para assassinar Lula, Alckmin e Moraes. Precisa ser preso imediatamente!”, conclui.

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