Questionados sobre a importância do controle de conteúdo falso nas redes sociais para se ter justiça na disputa eleitoral, apenas 10% apontaram a medida como “nada importante”, seguidos por 9% que consideram “pouco importante”, distante dos 78% que consideram muito importante.
Por Redação, com ACS/Senado – de Brasília
Mais de dois terços dos brasileiros consideram muito importante o controle das notícias falsas (fake news) nas redes sociais, para garantir uma disputa justa nas eleições. Ainda segundo a 21ª edição da pesquisa ‘Panorama Político 2024: Notícias Falsas e Democracia’ do Instituto DataSenado, divulgada nesta quinta-feira em parceria com o Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), da FSB Holding, 81% dos entrevistados acreditam que a disseminação de mentiras pode impactar “muito” os resultados das urnas.
O levantamento mostra a proporção de usuários das redes sociais que identifica a presença de notícias falsas, nos últimos seis meses. Também investiga como a sociedade avalia os motivos que levam as pessoas a compartilhar ‘fake news’ e a dificuldade de se reconhecer quais notícias são falsas nas redes. Visa, ainda, compreender o perfil dos internautas que, embora usem redes sociais, não perceberam a ocorrência de notícias falsas em suas redes.
Questionados sobre a importância do controle de conteúdo falso nas redes sociais para se ter justiça na disputa eleitoral, apenas 10% apontaram a medida como “nada importante”, seguidos por 9% que consideram “pouco importante”, distante dos 78% que consideram muito importante. Os números refletem a percepção de que a integridade eleitoral depende de medidas eficazes contra a desinformação.
Vantagens
A ampla maioria, 81%, acredita que a divulgação de mentiras pode afetar muito o resultado das eleições. Apenas 11% creem que o impacto seja pouco, seguidos por 9% que consideram nulo, Outros 2% não souberam ou preferiram não opinar.
Coordenador da pesquisa, o economista José Henrique Varanda disse, nesta quinta-feira, que os resultados respaldam a Justiça Eleitoral nas regulamentações que buscam evitar vantagens indevidas.
— A ampla maioria da população brasileira usa as redes sociais. Isso faz a gente pensar até onde o problema é que as pessoas estão expostas a notícias que não conseguem identificar como falsas ou até onde há um uso deliberado, consciente, destas como ferramenta de instrumentação social, inclusive política — acrescentou Varanda, que também é analista do Instituto Data Senado.
Contato
O apoio à responsabilização de plataformas de redes sociais pela disseminação de notícias falsas também varia de acordo com a posição política. De modo geral, 81% concordam com esse tipo de medida, mas o apoio chega a 95% entre os que se identificam com a esquerda e cai para 65% entre aqueles que se encaixam no modelo da direita.
Questionados sobre a preferência política, 15% se declararam de esquerda; 29% de direita; 11% de centro; 40% não se identificaram com nenhuma dessas opções e 6% não souberam ou preferiram não responder.
Entre os usuários de redes sociais, 72% relataram ter acessado notícias que desconfiam ser falsas nos últimos seis meses. Como 93% declararam ser usuário de alguma rede social, é possível dizer que a maioria dos brasileiros com 16 anos ou mais (67%) já recebeu notícias falsas.
Conteúdo
Entre os motivos que levam as pessoas a compartilhar esse tipo de conteúdo, 31% acreditam que é para mudar a opinião dos outros, 30% por não saberem que a notícia é falsa e 15% por confiar em quem mandou a informação, seguidos por 13% que apontaram o fato de a pessoa se sentir representada pelo conteúdo da fake news.
Metade da população (50%) considera difícil distinguir se uma notícia é falsa e outros 46% consideram essa uma tarefa fácil.
Entre os dias 5 e 28 de junho, foram entrevistados 21.808 brasileiros de todas as 27 Unidades da Federação. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro média nas respostas para dados nacionais foi de 1,2 ponto porcentual.