Rio de Janeiro, 14 de Fevereiro de 2025

Lula: se EUA elevarem tarifas, ‘haverá reciprocidade’

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Quinta, 30 de Janeiro de 2025 às 20:15, por: CdB

Lula, em seguida, disse que deseja um bom governo ao republicano e que respeita sua administração. E afirmou, ainda, que quer melhorar a relação com os norte-americanos, sem se importar com outras disputas geopolíticas.

Por Redação – de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista coletiva, nesta quinta-feira, que os Estados Unidos receberão o mesmo tratamento que o Brasil dispensou nos mandatos anteriores do líder brasileiro. O presidente Donald Trump, se decidir por aumentar as taxas de produtos brasileiros, o governo responderá com uma medida equivalente.

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Lula chega para entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, ao lado do ministro da Secom, Sidônio Palmeira

— Se ele (Trump) taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos que são exportados para os Estados Unidos. Simples, não tem nenhuma dificuldade. Quero que o Trump respeite o Brasil — adiantou o presidente, quando na realidade referia-se aos produtos importados dos EUA.

Lula, em seguida, disse que deseja um bom governo ao republicano e que respeita sua administração. E afirmou, ainda, que quer melhorar a relação com os norte-americanos, sem se importar com outras disputas geopolíticas. Mas, para que isso aconteça, será necessário que os EUA respeitem a soberania de outros países.

 

Visibilidade

Nesta manhã, Lula inovou ao parar para conversar com os jornalistas, em uma sinalização das mudanças propostas pela nova gestão da Secretaria de Comunicação Social (Secom), com a chegada do publicitário Sidônio Palmeira, que adiantou aos aliados que pretende ampliar a visibilidade do presidente.

O Brasil, no entanto, está na mira de Donald Trump antes mesmo de tomar posse. Em suas primeiras declarações e medidas sobre a política de comércio exterior dos Estados Unidos, referiu-se ao país em mais de uma oportunidade, para criticar a política de comércio externo. Ainda assim, a balança comercial entre os dois países está perfeitamente equilibrada.

Em linha com as ameaças de impor tarifas mais altas aos parceiros comerciais, em seus primeiros dias de volta à Casa Branca Trump assinou a ordem executiva intitulada ‘America First Trade Policy’ (Política Comercial América em Primeiro Lugar) com uma série de imposições.

 

Alíquotas

Até agora, os alvos prioritários de Trump foram México, Canadá — com quem os EUA mantêm um acordo de livre-comércio—, União Europeia, Rússia e China. Com esses dois últimos, no entanto, o discurso não se transformou em uma prática, mínima que seja.

No caso dos chineses, Trump o tom tem sido errático. Chegou a ameaçar impor tarifas de até 60% sobre produtos do país asiático, mas recentemente falou em uma alíquota de 10% e, nas últimas horas, admitiu a possibilidade de um acordo comercial com Pequim.

Embora o Brasil não tenha sido citado entre os primeiros alvos do mandatário norte-americano, integrantes do governo Lula alertam que o decreto do republicano é vago e discricionário o bastante para, em tese, ser usado contra qualquer país do mundo.

 

Meio ambiente

Ainda na entrevista, Lula disse que já não acredita na promessa dos países ricos de compensar financeiramente os países que conservam suas florestas, como forma de amenizar os efeitos negativos que vêm sendo percebidos por conta das mudanças climáticas. E cobrou seriedade dos países que assumiram esse compromisso e lembrou do papel importante que a população local da Amazônia terá para a manutenção da floresta em pé.

No entanto, Lula ressaltou que, para isso, é fundamental que se garantam direitos e recursos a essas populações. 

— Temos de fazer uma luta muito grande na questão do clima. Se a gente não fizer uma coisa forte, essas COPs [conferências sobre mudanças climáticas] vão ficar desmoralizadas, porque medidas são aprovadas; fica tudo muito bonito no papel, mas depois nenhum país cumpre — resumiu.

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