Maria Laura substitui o chanceler Mauro Vieira, que participou da reunião remotamente enquanto cumpre agenda oficial no Oriente Médio. O assessor especial da Presidência, Audo Faleiro, também esteve presente.
Por Redação – de Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se, neste domingo, com a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, no Palácio da Alvorada, para discutir o agravamento da crise diplomática com a Venezuela. O encontro ocorreu após o governo de Nicolás Maduro revogar a autorização para que o Brasil represente os interesses da Argentina em Caracas.
Maria Laura substitui o chanceler Mauro Vieira, que participou da reunião remotamente enquanto cumpre agenda oficial no Oriente Médio. O assessor especial da Presidência, Audo Faleiro, também esteve presente. A reunião, que durou cerca de duas horas, ocorreu em meio à crescente tensão diplomática entre Brasil e Venezuela.
A decisão do governo Maduro surpreendeu o Itamaraty, que declarou que a medida não pode ser tomada unilateralmente. A chancelaria brasileira garantiu que continuará representando a Argentina na capital venezuelana até que um novo representante seja designado por Buenos Aires.
Relatos
A embaixada argentina em Caracas, sob a responsabilidade do Brasil, abriga atualmente seis opositores ao governo de Maduro, acusados de tramar o assassinato dos principais líderes políticos da situação. Segundo relatos, o prédio foi cercado por forças de segurança venezuelanas e a energia elétrica foi cortada, obrigando a missão diplomática a operar com um gerador próprio.
Em viagem à Rússia, o assessor especial da Presidência Celso Amorim se disse “chocado” com a decisão de Maduro.
— Eu acho extremamente estranha a atitude da Venezuela, figura corrente do direito internacional é a proteção internacional de interesses. Para mim, é uma coisa que me chama a atenção, e me choca muito. Não tem cabimento isso. Eu acho que esse é um assunto tipicamente diplomático. Claro que tem repercussões políticas. O Itamaraty respondeu corretamente e lamentamos muito a situação — concluiu Amorim.