Dino deixa o Ministério para ocupar uma vaga no STF, aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Já Lewandowski fez o caminho inverso: ele deixou a Corte em abril do ano passado e, agora, passará a ocupar um cargo no Executivo.
Por Redação - de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quinta-feira, a escolha do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski como novo ministro da Justiça. Lewandowski substitui o atual titular da pasta, o agora senador Flávio Dino (PSB-MA), a caminho da Corte Suprema. A decisão foi oficializada após reunião entre Lula, Lewandowski e Dino, no Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira.
Dino deixa o Ministério para ocupar uma vaga no STF, aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Já Lewandowski fez o caminho inverso: ele deixou a Corte em abril do ano passado e, agora, passará a ocupar um cargo no Executivo.
— Hoje é um dia muito feliz. Feliz porque estou diante de um companheiro que está prestando um serviço extraordinário ao país e que acertadamente será ministro da Suprema Corte. E também estou feliz por ter do meu lado um extraordinário ministro do STF que vai ocupar cadeira do Flávio Dino — disse Lula, em solenidade nesta manhã.
Experiência
Lula lembrou que, desde que deixou o STF, Lewandowski estava atuando na inciativa privada e brincou dizendo que achava que a “família dele ia colocar dificuldades para o meu convite”. A interlocutores, o novo ministro confidenciou que a sua mulher, Iara, estava contente com a sua vida de "aposentado", com mais tempo para a família.
— Mas graças a Deus a Iara (mulher de Lewandowski) teve a compreensão de dizer que sabe que ele quer ir (para a pasta). Quem ganha é o Ministério da Justiça, o STF e o povo brasileiro — acrescentou o presidente.
Em sua fala, Lula afirmou que teve a “honra” de ser o presidente da República que indicou o Lewandowski para o STF, em 2006.
— Então penso que o Brasil ganha muitas coisas importantes — elogiou.
Thomaz Bastos
O presidente também disse que estava feliz por ter indicado Dino para o Supremo.
— Sempre sonhei que a Suprema Corte tivesse um ministro com experiência política. Ninguém que está lá tem experiência de ter sido deputado, governador, senador. Esta é uma experiência que não temos (no STF) — disse o presidente.
Lula lembrou, ainda, dos seus ex-ministros da Justiça, em seus outros dois mandatos, como Marcio Thomaz Bastos e Tarso Genro.
— Quero dizer que o povo brasileiro vai ganhar com essas duas escalações. Este aviso é muito gratificante e coroa o meu primeiro ano de governo. Estou muito feliz com o que aconteceu no primeiro ano de mandato — pontuou.
Equipe
O anúncio já era esperado desde o começo da semana, mas demorou mais que o previsto porque o governo ainda não definiu o destino de alguns dos principais secretários do Ministério da Justiça, que terão de ser realocados em outros cargos na esfera federal.
Sobre isso, Lula afirmou que Lewandowski tomará posse somente no dia 1º de fevereiro, para que ele tenha tempo de montar a sua equipe.
— Eu tenho por hábito em não indicar ninguém em nenhum ministério. Eu quero que as pessoas montem o time em que vão jogar. Quando chegar no dia 1º de fevereiro, Lewandowski já vai ter a equipe montado e nós vamos discutir quem fica e quem sai — explicou.
Expectativa
Lula adiantou que, nesta data, “nós vamos fazer um ato importante do Lewandowski entrando e do Dino saindo”. A posse do novo ministro no STF será em 22 de fevereiro.
Antes de encerrar o pronunciamento, Lula disse que sua mulher, Rosângela da Silva, a Janja, tem a expectativa de que Lewandowski amplie a presença feminina no ministério.
— Certamente — concordou Lewandowski.