Lorenzoni, no entanto, já abriu uma frente de desentendimentos com o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão. Em público, Mourão fez pouco caso do deputado escolhido para comandar a Casa Civil.
Por Redação - de Brasília
A denúncia de que o ministro extraordinário para a transição de governo, Ônix Lorenzoni, teria recebido cerca de R$ 100 mil por meio de caixa 2, ainda em 2012, após confessar que foi beneficiado por esquema semelhante, dois anos depois, minam a presença do hoje ‘homem forte’ do presidente Jair Bolsonaro. Caso seja comprovada a veracidade da denúncia, o governo recém-eleito poderá conhecer suas primeiras defecções.
O primeiro a desembarcar, caso Lorenzoni seja indiciado e permaneça no cargo, será o juiz Sérgio Moro, indicado para o Ministério da Justiça, reforçado pela Segurança Pública. Moro, em recente conversa com jornalistas, disse que não permaneceria em uma equipe que abriga suspeitos de corrupção.
— Se tudo der errado, eu deixo daí também o cargo — disse Moro.
Apagado
Lorenzoni, no entanto, já abriu uma frente de desentendimentos com o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão. Em público, Mourão fez pouco caso do deputado escolhido para comandar a Casa Civil. Mourão desclassificou Lorenzoni.
— Era um parlamentar apagado. Esse é um cargo com outro perfil — disse o general da reserva, a jornalistas.
Apontado como futuro ministro da Economia, o economista Paulo Guedes também teve momentos tensos com Lorenzoni.
— É um político falando de coisa de economia. É a mesma coisa que eu sair falando coisa de política. Não dá certo, né? — desconfia.