Temer foi “o grande conspirador” do golpe parlamentar, aponta Cunha. Intitulado Tchau Querida, O Diário do Impeachment, com 740 páginas, Cunha revela “detalhes aterradores dos conchavos que marcaram a queda da petista”, diz o comentário da revista.
Por Redação - de Brasília
Ex-presidente da Câmara, o deputado cassado Eduardo Cunha, preso durante a Operação Lava Jato, aproveitou seu tempo na cadeia para concluir o livro em que relata os bastidores do golpe de Estado que levou à queda da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), em 2016. No resumo da obra, vazada para uma revista semanal de ultradireita, Cunha atribui ao então vice-presidente à época, que se tornou o presidente de facto após o impeachment da líder petista, Michel Temer, o papel ativo de articulador do plano para atacar a democracia brasileira.
Temer foi “o grande conspirador” do golpe parlamentar, aponta Cunha. Intitulado Tchau Querida, O Diário do Impeachment, com 740 páginas, Cunha revela “detalhes aterradores dos conchavos que marcaram a queda da petista”, diz o comentário da revista. Na sequência, Cunha também detalha a participação do ex-procurador-Geral da República Rodrigo Janot, do ex-ministro Sérgio Moro e do deputado e atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no golpe de Estado.
À certa altura do relato, Cunha afirma que Maia estava “desesperado pelos holofotes do impeachment de Dilma” e pleiteava assumir a relatoria da Comissão Especial do Impeachment. Cunha, porém, acabou vetando o nome do democrata por achar que ele não teria forças para levar o processo adiante.
‘Pedaladas’
A então presidente foi acusada de ter cometido as chamadas "pedaladas fiscais", porém foi inocentada pelo Ministério Público Federal (MPF), mas o processo por seu retorno ao cargo não foi adiante no Supremo Tribunal Federal (STF).
O procurador da República Ivan Cláudio Marx, responsável pelo caso aberto no MP do Distrito Federal, pediu arquivamento do inquérito em julho de 2016. Em sua decisão, Marx levantou suspeitas sobre "eventuais objetivos eleitorais" com as "pedaladas".
Em junho daquele ano, uma perícia realizada por técnicos do Senado entregue à comissão do impeachment apontou que Dilma não praticou as "pedaladas".