Nesta manhã, coordenadores políticos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), trataram de negar o apoio da legenda a um possível movimento pela retirada de Lira da condução dos trabalhos, na Casa. Mesmo a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) negou qualquer envolvimento em uma eventual mobilização.
Por Redação - de Brasília
O reposicionamento imediato do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), após duas derrotas seguidas no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o chamado ‘Orçamento secreto’, ao garantir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Bolsa Família em dois turnos na Casa, nesta quarta-feira, dissipou as dúvidas que surgiam quanto à sua permanência no cargo. Na véspera, deputados da nova legislatura já se mobilizavam para encontrar um possível candidato de oposição.
Nesta manhã, no entanto, coordenadores políticos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), trataram de negar o apoio da legenda a um possível movimento pela retirada de Lira da condução dos trabalhos, na Casa. Mesmo a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), que teve seu nome cotado para substituí-lo, negou pelas redes sociais qualquer envolvimento em uma eventual mobilização de aliados do novo governo contra o parlamentar alagoano.
A notícia de que a ex-ministra do Meio Ambiente estava no páreo foi veiculada, na véspera, em ao menos dois veículos da imprensa. A colunista Mônica Bergamo, do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo afirmou que dois nomes eram cogitados para a disputa: Marina Silva e Guilherme Boulos (PSOL-SP). Segundo o diário especializado Valor Econômico, a mobilização não teria o aval de Lula e perderia força assim que saísse o acordo para votar a PEC da Transição - o que acabou ocorrendo pouco tempo depois.
Reconstrução
“Dois veículos de comunicação divulgaram uma suposta informação de que há uma articulação para colocar meu nome na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Antes que essa inverdade se espalhe, esclareço que:
1. Em nenhum momento eu cogitei me candidatar à Presidência da Câmara, bem como o partido não fez qualquer debate comigo ou em suas instâncias sobre tal assunto;
2. Este é um momento crucial para a instituição de um novo padrão de governabilidade para o país. Em que pese o respeito devido às estratégias políticas de cada partido, é preciso que a base de sustentação do futuro governo Lula-Alckmin busque agir conjuntamente para ajudar a estabelecer um novo patamar de relação entre os Poderes Executivo e Legislativo, baseado em um projeto estratégico de reconstrução do país; e
3. Defendo a escolha de um nome que contribua com essa nova forma de governabilidade, fundada no caráter de frente ampla, inseparável da vitória de Lula e da democracia que nos trouxe até aqui, neste momento tão difícil e desafiador da história de nosso país”, encerrou Marina Silva, em nota.