Em uma petição ao ministro Dias Toffoli, os advogados de Appio argumentam que ele é "vítima cruel do lava-jatismo" e que seu afastamento tem relação com a posição crítica que manteve sobre decisões de ex-autoridades da operação, como o ex-juiz Sergio Moro (UB-PR), hoje senador
Por Redação - de Brasília
O juiz Eduardo Appio encaminhou pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF), que passará a ser analisado a partir desta segunda-feira, para voltar ao comando da 13ª Vara Federal de Curitiba, que abriga os processos remanescentes da Operação Lava Jato.
Em uma petição ao ministro Dias Toffoli, os advogados de Appio argumentam que ele é "vítima cruel do lava-jatismo" e que seu afastamento tem relação com a posição crítica que manteve sobre decisões de ex-autoridades da operação, como o ex-juiz Sergio Moro (UB-PR), hoje senador.
Na petição, encabeçada pelo advogado Pedro Serrano, a defesa afirma que o afastamento cautelar foi uma medida "desarrazoada e extrema" e que ele é "perseguido exclusivamente em razão do que representa enquanto legítimo contraponto crítico à Operação Lava Jato".
Suspeição
O pedido acontece o momento em que o ministro Toffoli anulou a suspeição de Appio declarada pela Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-IV), em Porto Alegre, onde são julgados em segunda instância os processos da Lava Jato.
No último dia 6, os juízes de segunda instância tinham acolhido argumentos do Ministério Público Federal para considerar Appio suspeito para julgar todos os casos da operação federal.
Segundo a petição apresentada na véspera, Appio tornou-se alvo de pressões no seu ambiente de trabalho desde o primeiro dia, com a redução do número de servidores para atuar na vara, e que o objetivo "sempre foi o de inviabilizar uma prestação jurisdicional que viesse a esbarrar nas ilegalidades perpetradas ao longo dos últimos 10 anos na 13ª Vara Federal de Curitiba".
Há, segundo o corregedor do CNJ uma audiência de mediação marcada para o magistrado no dia 18 de outubro.