Pernambucano do Recife, criado em família evangélica, Messias mantém forte vínculo com a Igreja Batista Cristã de Brasília, onde é membro ativo desde 2016.
Por Redação – de Brasília
Nome mais cotado para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado-geral da União, Jorge Messias, tem intensificado as articulações políticas e religiosas para consolidar sua possível indicação. Messias, um dos ministros mais próximos do presidente Lula, vem atuando para unir apoios em campos distintos do meio evangélico — dos setores progressistas a lideranças conservadoras. A estratégia tem chamado atenção por poder resultar em um fato inédito na história do STF: a presença simultânea de dois ministros declaradamente evangélicos.

Pernambucano do Recife, criado em família evangélica, Messias mantém forte vínculo com a Igreja Batista Cristã de Brasília, onde é membro ativo desde 2016. Lá, já integrou o conselho fiscal e atua como diácono, função que envolve tarefas como o apoio à Santa Ceia e a recepção de fiéis durante os cultos.
Fidelidade
O pastor da congregação, Sérgio Carazza — que foi secretário-executivo do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos na gestão da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) — destacou a fidelidade do ministro à comunidade:
Embora ocupe posição de destaque no governo Lula, Messias tem conseguido manter um diálogo respeitoso com líderes evangélicos próximos da direita. O pastor Silas Malafaia, por exemplo, afirmou não ver motivos para rejeitar sua eventual indicação:
— Não vou usar o mesmo critério da esquerda, de bombardear qualquer um que for indicado. Minha divergência com ele é ideológica, mas não tenho nada contra a moral dele — disse o pastor.
Diálogo
Além de seu relacionamento com as chamadas “igrejas históricas”, como batistas e presbiterianas, Messias também vem se aproximando do campo pentecostal. Desde 2023, ele participa da Marcha para Jesus, organizada pelo bispo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo. No evento deste ano, foi aplaudido ao afirmar que “ama o apóstolo Estevam” e entregou ao líder religioso uma carta em nome do presidente Lula.
A trajetória de Messias reúne sólida formação jurídica, dedicação ao serviço público e identidade religiosa afirmada — características que o colocam como um nome capaz de dialogar com diferentes setores da sociedade.
Diante da aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, o nome de Messias ganha força novamente. Mais do que uma disputa por uma cadeira no STF, sua eventual nomeação representa um gesto político de aproximação entre o governo e o crescente público evangélico.