Ele enfatiza que as armas do grupo “foram apontadas apenas para o peito dos inimigos” e pede sua libertação.
Por Redação, com Europa Press – Damasco
O braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas Al Quds, denunciaram nesta terça-feira a detenção de dois de seus membros pelas autoridades da Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad, sem que Damasco tenha se pronunciado até o momento sobre essas detenções.

“Dois de nossos membros, o alto funcionário para a Síria Khaled Khaled e o membro do Comitê Organizador Yasser al-Zafari, foram detidos em Damasco durante cinco dias”, afirmou o grupo, que ressaltou que “as autoridades sírias não esclareceram as razões dessas detenções” e expressou sua surpresa com esse fato.
“As prisões foram realizadas de uma forma que não esperávamos ver de nossos irmãos, cuja terra sempre foi um lugar seguro para pessoas leais e livres”, ressaltou, antes de enfatizar que espera que as autoridades sírias libertem os detidos, conforme relatado pelo diário palestino ‘Filastin’.
Ele pediu a Damasco que “mostre cavalheirismo árabe aos convidados” e enfatizou que as armas do grupo “foram apontadas apenas para o peito dos inimigos e nunca se desviaram do objetivo principal, que é o território palestino”.
Antes da queda do regime de al-Assad, em dezembro de 2024, devido a uma ofensiva de jihadistas e rebeldes liderados pelo Hayat Tahrir al Sham (HTS), vários membros seniores do grupo palestino, incluindo seu líder, Ziyad al-Najallah, residiam na Síria. Embora al-Najallah tenha deixado o país logo em seguida, muitos agentes permanecem em território sírio.
O país agora é liderado pelo líder do HTS, Ahmed al Shara, conhecido como Abu Mohamed al Golani, que foi nomeado presidente de transição e que se comprometeu com a comunidade internacional a estabilizar o país e respeitar as minorias, em meio a temores de uma tomada de controle jihadista.
Jihad Islâmica
As novas autoridades não comentaram sobre essas prisões nas fileiras da Jihad Islâmica, um grupo apoiado pelo Irã, que também era um dos principais aliados de Al Assad, ao qual ele deu apoio diplomático e militar durante a guerra civil desencadeada em 2011 pela repressão aos protestos pró-democracia na esteira da “Primavera Árabe”.
Damasco se distanciou de Teerã após a queda de al-Assad e tentou entrar em contato com os países ocidentais, pedindo-lhes que suspendessem suas sanções contra o país a fim de lidar com a crise humanitária na Síria, o que levou a uma série de solicitações às autoridades, inclusive dos EUA, para que tomassem essa medida.