Esta é a primeira vez que o Departamento de Justiça dos EUA prende um membro do judiciário sob suspeita de interferir na nova doutrina de imigração da Casa Branca.
Por Redação, com Europa Press – de Washington
O FBI prendeu uma juiza do Estado de Milwaukee acusado de obstruir a detenção de um migrante irregular na semana passada, segundo o diretor do FBI, Kash Patel, em uma mensagem posteriormente apagada em sua conta na rede social X, mas confirmada por fontes de segurança ao jornal local ‘Milwaukee Journal Sentinel‘.

Esta é a primeira vez que o Departamento de Justiça dos EUA prende um membro do judiciário sob suspeita de interferir na nova doutrina de imigração da Casa Branca.
Em sua mensagem, Patel anunciou a prisão da juíza Hannah Dugan por “acusações de obstrução” após encontrar evidências de que a juíza interferiu em “uma operação de prisão de imigrantes” ao “desviar intencionalmente” agentes que iriam deter um imigrante sem documentos identificado como Eduardo Flores Ruiz.
A obstrução do juiz impediu uma tentativa inicial de prender Flores Ruiz, que foi posteriormente detido após uma perseguição a pé. “A obstrução do juiz aumentou o perigo para o público”, disse Patel em sua mensagem excluída.
No entanto, o porta-voz do US Marshals Service em Washington D.C., Brady McCarron, confirmou ao Milwaukee Journal Sentinel que o juiz foi preso por volta das 8h no Tribunal do Condado de Milwaukee e está sob custódia federal.
Ativista pró-palestino Mahmoud Jalil
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos defendeu na sexta-feira que não há base legal para libertar o ativista pró-palestino Mahmoud Jalil, cujo caso está no epicentro das operações de deportação empreendidas pela Casa Branca contra cidadãos de origem estrangeira acusados de organizar atividades de apoio ao movimento islâmico palestino Hamas nas universidades do país.
O departamento chefiado por Kristi Noem respondeu em sua conta de rede social X a uma reportagem da ABC que a prisão de Jalil no mês passado foi ilegal porque os agentes não tinham um mandado de prisão. O mandado, segundo a rede, citando advogados do governo dos EUA, foi emitido após o fato.
Em resposta, o departamento explicou que Jalil foi primeiramente identificado como um estrangeiro sujeito à deportação e “foi preso quando tentou fugir”. Ele confirma que emitiu um “mandado de prisão administrativo na entrada”, mas acrescenta que essa situação é comum e que “não há base legal” que exija a emissão de tal mandado antes da prisão.
Jalil, vale lembrar, era estudante de pós-graduação na Universidade de Columbia e foi acusado de “liderar atividades alinhadas” ao Hamas, como porta-voz de um movimento universitário contra a ofensiva israelense em Gaza. De origem palestina, ele se formou em dezembro com um mestrado em assuntos internacionais. Sua advogada, Amy Greer, confirmou que ele tinha um green card que garantia sua permanência legal no país e que sua prisão é irregular, segundo o The New York Times.