O presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a convocar reunião para esta terça-feira, mas reconhece que há pouco espaço para manobras diante da falta de acordo entre os líderes partidários.
Por Redação – de Brasília
A tentativa de avançar com uma alternativa à anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, articulada pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), encontra-se praticamente esvaziada e sem espaço para ser votada nos próximos dias. O impasse entre governo e oposição deixa a proposta fora da pauta de deliberações na Câmara.

O presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), chegou a convocar reunião para esta terça-feira, mas reconhece que há pouco espaço para manobras diante da falta de acordo entre os líderes partidários.
De um lado, o PL, sigla de Jair Bolsonaro, alega que a mudança sugerida por Paulinho da Força — que prevê ajustes apenas nas penas relacionadas à tentativa de abolição do Estado democrático de Direito — não atende às suas demandas. Do outro, o PT, orientado pelo governo, descarta apoiar a chamada ‘PEC da Dosimetria’, fechando qualquer possibilidade de diálogo.
Processo
Embora a proposta de anistia encontre-se esvaziada, aliados de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o filho ’03’ como o deputado é conhecido, tentam articular marginalmente uma ofensiva política na tentativa de impedir a cassação de seu mandato. ’03′ é alvo de processo no Conselho de Ética da Câmara sob a acusação de quebra de decoro, em razão do lobby realizado nos EUA em defesa de sanções contra a economia brasileira e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A expectativa é que, aproveitando brechas regimentais, o caso possa se arrastar por até 90 dias úteis — o que empurraria a análise para o próximo ano. O relator do processo, o também bolsonarista Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG), é peça-chave nessa operação.