Haddad comemora que o governo do presidente Joe Biden apoia a medida. Ao lado do ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, ele disse esperar que o G20 possa chegar a um acordo sobre a taxação de super-ricos ainda neste ano.
Por Redação - de Brasília
No balanço de sua viagem a Washington, na semana passada, o ministro da Fazenda, economista Fernando Haddad, ressalta ter angariado apoios importantes no esforço do Brasil para a taxação dos super-ricos. Haddad participou das reuniões de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI); além de se encontrar com ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20.
Haddad comemora que o governo do presidente Joe Biden apoia a medida. Ao lado do ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, ele disse esperar que o G20 possa chegar a um acordo sobre a taxação de super-ricos ainda neste ano.
— Especificamente, a administração Biden tem dado sinais claros de que algo precisa ser feito (sobre a taxação de super-ricos). Ou no plano doméstico, ou no plano internacional”, afirmou. Le Maire disse concordar com a necessidade de aprovação da medida. “Essa é apenas uma questão de vontade política e de determinação política — disse Haddad, em recente entrevista.
Taxação
Ocupando a presidência do G20 este ano, o Brasil apresentou a proposta, pela primeira vez, na Trilha de Finanças do bloco, em São Paulo, em fevereiro. Ao participar de painel na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta semana, Haddad disse que o Brasil “vai trabalhar de maneira incansável” para a taxação internacional dos mais ricos e o combate à fome. Nesse sentido, sua expectativa é incorporar essas pautas ao ao senso comum.
— Falava-se muito em meritocracia e nem isso está sendo respeitado por esses mecanismos atuais, para alcançar pessoas de classe média e pobres. E a partir do momento que você vai subindo os degraus da riqueza e da fortuna você vai escapando das malhas dos estados nacionais e vivendo quase que em uma nuvem, em um paraíso fiscal internacional que se criou. Isso tem que ser superado — afirmou.
Le Maire, do mesmo modo, afirmou que “compartilha integralmente” o ponto de vista brasileiro. Ele disse que, junto à proposta brasileira de taxação de fortunas, defendeu a necessidade de ampliar a transparência no sistema financeiro. Citou ainda que, além de Paris, outras economias europeias também apoiam o esforço brasileiro. Além disso, defendeu também um imposto corporativo mínimo comum.