Em entrevista coletiva em São Paulo, o petista anunciou que sua campanha colocou à disposição dos eleitores um número de telefone para que denunciem essas notícias falsas.
Por Redação - de São Paulo
Candidato do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad denunciou, nesta quarta-feira, a disseminação de notícias falsas “vulgares” com acusações contra ele. As mensagens, segundo o líder petista, explicariam o crescimento do apoio ao presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, e desconfia que simpatizantes do rival sejam responsáveis por essas ações.
Em entrevista coletiva em São Paulo, o petista anunciou que sua campanha colocou à disposição dos eleitores um número de telefone para que denunciem essas notícias falsas, que classificou de “vulgares”, com a utilização de imagens de mulheres nuas e de crianças sendo abusadas.
— Nós acreditamos que essas mensagens no WhatsApp estão fazendo alguma pequena diferença. Nós estamos falando de milhões de mensagens que estão sendo disparadas de mulheres nuas, crianças sendo abusadas, coisas gritantes mesmo — disse Haddad.
Vulgaridades
A ideia é, a partir das denúncias, buscar as pessoas que iniciaram a disseminação dessas fake news.
— Nós colocamos um telefone à disposição, porque a quantidade de mensagem de WhatsApp que nós estamos recebendo denunciando nossos adversários, sobretudo um, parece que a campanha do Bolsonaro, está agindo muito fortemente em ‘fake news’ (notícias falsas, em inglês), contra a minha família, contra a minha atuação como ministro, é muito grande. Inclusive muito vulgar, com acusações muito vulgares, com imagens vulgares. Isso tem crescido muito nos últimos dias, sobretudo direcionado ao público evangélico, que nós sabemos que cultiva valores que nós também cultivamos — denunciou.
Haddad disse não ter provas de que Bolsonaro esteja por trás da divulgação desses ataques nem que os apoiadores dele estejam realizando esta atividade, mas afirmou que desconfia de apoiadores do candidato do PSL.
— Nós desconfiamos do Bolsonaro pelo conteúdo. Eu não posso acusar, mas posso desconfiar pela natureza. É muito compatível com o discurso dele, uma aderência muito grande em relação ao que ele fala — afirmou.
Pesquisa
O petista também negou que tenha iniciado agora ataques a Bolsonaro por conta do crescimento do rival nas pesquisas de intenção de voto e de sua própria estagnação nesses levantamentos.
Haddad disse que tem mantido um tom propositivo na campanha, mas que agora chegou o momento de se defender dos ataques feitos pelo candidato do PSL, que lidera a corrida presidencial.
Pesquisa Datafolha na véspera mostrou Bolsonaro passando a 32% das intenções de voto, ante 28% no levantamento divulgado sexta-feira, enquanto Haddad oscilou negativamente 1 ponto, para 21%.
Prazo curto
Seja qual for a estratégia do candidato petista, o prazo é curto para realizá-la. Termina nesta quinta-feira a propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão do primeiro turno das eleições 2018, com a exibição de programas de candidatos a presidente da República e deputado federal.
Os últimos programas dos candidatos a senador, deputado estadual e distrital serão apresentados até esta noite. Foram 35 dias de propaganda eleitoral gratuita.
Ainda segundo o calendário eleitoral, esta quinta-feira é também o último dia para propaganda política em reuniões públicas, promoção de comícios e uso de aparelhagem de sonorização fixa, entre 8h e meia noite. Os debates no rádio e na televisão também só podem ocorrer até essa data, mas as transmissões que começarem na quinta à noite, por exemplo, podem se estender até as 7 horas da manhã do dia seguinte.
Pesquisa eleitoral
É permitida a divulgação, a qualquer momento, de pesquisas realizadas até sábado, para todos os cargos. Já as pesquisas de boca de urna, realizadas no dia do primeiro turno, somente poderão ser divulgadas depois de encerrado o pleito em todo o país, no caso das pesquisas para a disputa presidencial.
A partir das 17h, fica permitida a divulgação das pesquisas para os cargos de governador, senador, deputado federal, estadual e distrital.