O procedimento estava programado e foi realizado no Hospital da Força Aérea (HFAB), de acordo com o gabinete do porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros. “Está tudo ótimo”, disse o gabinete do porta-voz, em mensagem numa rede social.
Por Redação, com Sputniknews - de Brasília
Completaram-se os primeiros 100 dias de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Nesta manhã, Bolsonaro passou por exame de endoscopia, em um hospital militar de Brasília, informou o Palácio do Planalto, duas semanas após ter sido submetido a uma bateria de exames em São Paulo.
O procedimento estava programado e foi realizado no Hospital da Força Aérea (HFAB), de acordo com o gabinete do porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros. “Está tudo ótimo”, disse o gabinete do porta-voz, em mensagem numa rede social.
Há duas semanas, Bolsonaro foi submetido a uma sequência de exames de rotina no hospital Albert Einstein, em São Paulo, previstos depois de passar por um operação em janeiro em que retirou a bolsa de colostomia que usava desde setembro do ano passado, quando sofreu um ataque à faca durante a campanha eleitoral.
Análise
A ida ao hospital nesta quarta-feira não constava da agenda do presidente. Segundo a Secretaria de Comunicação do Planalto (Secom), tratou-se de uma “agenda privada”. O exame teria sido pedido pelos médicos que fazem o tratamento do presidente no Albert Einstein. Bolsonaro, de 64 anos, deixou o Palácio da Alvorada às 6h50 da manhã para ir ao hospital e chegou ao Palácio do Planalto pouco depois das 9h, de acordo com a Secom.
Para o analista russo Aleksandr Chichin, no entanto, o governo do mandatário de extrema direita não anda tão “ótimo” assim. Bolsonaro encerra seu início no comando da nação com mudanças questionáveis, principalmente, na política externa do Brasil.
Decano da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Academia Russa de Economia e Serviço Público, Chichin comentou ao serviço russo da Rádio Sputnik os 100 primeiros dias de governo de Bolsonaro, no que se refere às mudanças na política externa.
Washington
Para Chichin, a política de Bolsonaro é "absolutamente pró-americana". Respondendo à pergunta se o Brasil poderia se tornar um satélite de Washington na América Latina, como, por exemplo, o Japão na Ásia ou alguns países europeus, e seguir completamente e de forma cega o rumo político dos EUA, o especialista declarou que esse é um cenário bastante possível e sublinhou que o presidente brasileiro simpatiza muito com Donald Trump.
Para Chichin, essa estratégia de Washington poderia privar o Brasil das ambições de se tornar líder na América Latina. O especialista comentou também as relações do Brasil com outros países em meio ao rumo político de Bolsonaro.
— A política dos EUA em relação ao Brasil é retirá-lo do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), expulsar a China do Brasil e, em geral, Bolsonaro está seguindo essas diretrizes, é evidente que ele esteve prosseguindo na esteira do rumo político dos EUA durante seus primeiros 100 dias no poder — explicou Chichin.
China
Segundo o analista, ”nos últimos 20 anos, foi a China que se tornou inesperadamente no maior exportador e importador do Brasil, e não os EUA. Agora, a estratégia dos EUA é expulsar a China do Brasil, Bolsonaro faz isso, pressiona a China mesmo no sentido político".
Quanto à situação na Venezuela, o analista sublinha que Bolsonaro fez declarações contraditórias em relação a esse assunto (desde apelos para não se intervir nos assuntos internos de Caracas até possíveis consultas com o Congresso sobre a possível participação de uma invasão), mas em geral ele está alinhado com o Departamento de Estado dos EUA.
— Quando (os EUA) declaram que sufocariam Maduro através de meios econômicos, ele (Bolsonaro) diz que isso é o bastante. Quando Trump diz que todas as cartas estão na mesa, ele diz que avalia todas as oportunidades. Isso já ocorreu cerca de quatro vezes. Ele fala que está pronto para a participação de uma intervenção militar e depois diz que tudo isso levaria a uma grave guerra civil. (Bolsonaro) continua se buscando como presidente, mas pode se tornar iniciador de uma intervenção militar (na Venezuela) — conclui Chichin.